"Pensando no futuro, o desafio é tomarmos decisões baseadas em factos e números. Temos que buscar a razão e ter números para tomar decisões", disse Laginha de Sousa durante a conferência 'Financiar a nova economia de baixo carbono', organizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa.
Por sua vez, Miguel Martins, professor na Universidade de Harvard, questionou se existiria tempo para que as decisões fossem tomadas tendo por base os números e acrescentou que, em Portugal, ao nível da emissão de gases com efeitos de estufa, "há muito por fazer" em áreas como a agricultura e a energia.
"No caso português [...] vejo muito para ser feito na área da agricultura, um dos maiores produtores de dióxido de carbono, e na área da energia", assegurou.
Miguel Martins lembrou que, apesar disto, Portugal é pioneiro, por exemplo, na utilização da energia das marés, uma área onde, segundo este professor, se deve continuar a investir, com o apoio do Governo.
Já a diretora dos assuntos regulatórios da bolsa de valores do Luxemburgo, Paula Redondo Pereira, vincou que, para que sejam tomadas decisões nesta matéria, é importante olhar "desapaixonadamente" para a realidade e para as necessidades de cada país.
"A China é um dos maiores poluentes e está a fazer um enorme esforço para colmatar algumas necessidades de financiamento. É claro que, transitoriamente, a China não pode deixar de utilizar determinados recursos, [como o carvão]", exemplificou.