No boletim mensal, a AIE indica que deste potencial acréscimo de 395.000 barris por dia, 187.000 barris seriam da China, que não só é o país cuja economia mais se ressente com a imposição de tarifas como também é dos que mais petróleo queima por cada ponto adicional de Produto Interno Bruto (PIB).
Os autores do boletim afirmam que levantar as restrições que estão agora em vigor devido à guerra comercial teria um efeito mais rápido e mais significativo na procura de petróleo do que na reativação do PIB global, que seria de oito décimas.
Excluindo o acréscimo na procura decorrente da eventual resolução do contencioso comercial, a agência energética mantém as previsões da procura em 2020, uma progressão de 1,2 milhões de barris por dia, para 101,2 milhões de barris, com base num crescimento de 3,4% da economia mundial, antecipado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
No terceiro trimestre deste ano, o consumo de petróleo aumentou 1,1 milhões de barris por dia, o ritmo mais elevado em termos homólogos e que se explica sobretudo pela procura procedente da China (aumentou em 640.000 barris por dia), Rússia (150.000), Índia (135.000) e Arábia Saudita (105.000).
Para o último trimestre, a AIE espera uma aceleração ainda maior (de 1,9 milhões de barris por dia) devido ao baixo nível alcançado no mesmo período de 2018 que serve de comparação, mas também pelo estímulo que apresentam os baixos preços do petróleo e pela reativação da atividade petroquímica nos Estados Unidos.
Do lado da oferta, o mais significativo em outubro foi o acréscimo da produção da Arábia Saudita, que aumentou em 1,4 milhões de barris por dia, quando recuperou dos ataques contra as suas infraestruturas do verão passado. Riade foi o principal vetor de um aumento global de 1,5 milhões de barris por dia face a setembro.
Mas se se fizer a comparação com outubro do ano passado, a produção foi de 101 milhões de barris por dia, menos 1,2 milhões.