"Aderiram à greve cerca de uma centena de trabalhadores, apesar de todas as pressões feitas (inclusive dizendo que há uma lista de 300 trabalhadores que vão ser dispensados) e da aliança entre a administração e as comissões de trabalhadores [CT] da Energia e Engenharia", disse à agência Lusa fonte da direção do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site Norte) no final da concentração dos grevistas, que decorreu entre as 14:00 e as 16:00 frente às instalações da empresa na Arroteia, em Matosinhos.
Contactada pela agência Lusa, a Efacec diz respeitar a greve dos trabalhadores, mas não encontrar fundamentos que a justifiquem, apelando ao sentido de responsabilidade dos sindicatos e alertando para a necessidade de garantir a sustentabilidade da empresa.
Segundo o Site Norte, "os trabalhadores estão conscientes de que estão 300 postos de trabalho em risco", tendo em conta informações que terão sido avançadas "pelas chefias, em reuniões com trabalhadores", relativamente à existência de "uma lista de pessoas a dispensar".
O sindicato acusa ainda a empresa de tentar dividir as várias estruturas representativas dos trabalhadores, justificando os acordos subscritos com as CT Energia e Engenharia com o facto de estas comissões integrarem elementos "escolhidos pela administração" e com ela "alinhados e coniventes".
A greve de duas horas cumprida hoje segue-se a uma outra realizada no passado dia 08, no mesmo horário, em defesa do caderno reivindicativo e de aumentos salariais para este ano, com efeitos retroativos.
Face à ausência de resposta por parte da administração da Efacec, o Site Norte pretende agendar um plenário de trabalhadores para o início de dezembro, onde serão definidas novas medidas a tomar.
Num comunicado divulgado no dia 08 e hoje reiterado, a administração da Efacec diz que "respeita a ação de protesto, mas não encontra fundamentos de natureza laboral ou da vida interna da empresa que justifiquem" a greve.
"A Efacec respeita o direito à greve, mas os motivos invocados pelo sindicato para esta paralisação estão totalmente desajustados da realidade da empresa", sustenta, considerando que a companhia "goza de um ambiente de diálogo social favorável", tendo, pelo quinto ano consecutivo, a administração fechado um acordo de atualização salarial com a comissão de trabalhadores, que prevê aumentos acima do valor da inflação.
"Esta administração sempre tomou medidas para motivar e premiar o contributo dado pelos trabalhadores", sublinha no comunicado, apelando ao "sentido de responsabilidade" dos sindicatos e vincando que é "imperativo" adequar a experiência da empresa à realidade atual e aos desafios futuros do setor.