A idoneidade de Tomás Correia para continuar à frente da Associação Mutualista Montepio Geral foi um tema que se arrastou ao longo deste ano e que terminou com o pedido de escusa do próprio gestor, que saiu em 15 de dezembro do cargo que ocupava há 11 anos.
Virgílio Lima, que nos últimos anos foi administrador da mutualista, sucedeu a Tomás Correia e irá dirigir-se hoje aos associados enquanto presidente, devendo falar do futuro do grupo Montepio, que está em processo de definição (desde logo devido à saúde financeira) e ainda aguarda o parecer do Governo sobre os novos estatutos.
Já formalmente, a reunião magna tem como ponto único de trabalhos "deliberar sobre o programa de ação e orçamento [PAO] para o ano de 2020 e parecer do Conselho Fiscal".
Para 2020, o PAO prevê uma quebra de 30,7% de receitas associativas face a 2019, passando de 658 milhões de euros este ano para 456 milhões em 2020, apesar de um aumento de associados próximo dos 10 mil.
O PAO para 2020 prevê ainda receitas líquidas de 5,4 milhões de euros, um aumento face aos dois milhões de euros estimados para 2019.
O parecer do Conselho Fiscal, disponível no 'site' da Mutualista, é positivo ao plano para 2020, mas adverte que "frequentemente os acontecimentos futuros não ocorrem de forma esperada, pelo que os resultados reais poderão vir a ser diferentes dos previstos e as variações poderão vir a ser materialmente relevantes".
O Conselho Fiscal refere ainda que, em 2019, "se registou uma muito baixa taxa de execução das medidas tendentes ao alargamento da oferta de modalidades mutualistas no tocante a novas finalidades e modelos de proteção e solvência social".
A Associação Mutualista Montepio Geral tem cerca de 600 mil associados e é o topo do grupo Montepio, tendo como sua principal empresa, o Banco Montepio.
A assembleia-geral de hoje acontece na sede da mutualista, na Rua do Ouro, em Lisboa, pelas 21:00.