De acordo com dados citados pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) no âmbito da feira de calçado Micam, que decorre desde hoje até terça-feira em Milão, Itália, o consumo deverá "crescer significativamente" na Oceânia (+25%), em África (+13,3%), Ásia (+9,2%) e América do Norte (+8,3%), enquanto a Europa - o mercado de referência para o calçado português -deverá estagnar, evoluindo apenas 0,5%.
"Previsivelmente, de acordo com o mesmo relatório, a indústria do calçado continuará a enfrentar dificuldades, nomeadamente com o custo das matérias-primas e mercadorias e com a concorrência nos mercados internos", destaca.
Neste contexto, o presidente da APICCAPS, Luís Onofre, admite que "todos os indicadores apontam para que o ano de 2025 seja um ano muito exigente, na medida em que as principais economias mundiais continuam a dar sinais de forte estagnação".
"São muitos os sinais de incerteza", lamenta, salientando a importância de o setor "continuar o esforço de procurar novos mercados, pois só com uma atitude proativa no desenvolvimento de novos produtos e conquista de novos clientes poderá atenuar um momento conjuntural particularmente complexo".
Em 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal exportou 68 milhões de pares de calçado para 170 países em todos os continentes, o que representa um crescimento de 3,9% em volume face a 2023, mas uma quebra de 5,4% em valor, para 1.724 milhões de euros.
Ainda assim, a APICCAPS destaca que este recuo fica aquém da perda de 8,2% do maior concorrente da indústria portuguesa, a Itália, e da quebra de 7% sofrida pelo maior produtor mundial de calçado, a China.
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