As necessidades de financiamento líquidas do Estado para este ano deverão situar-se em cerca de 9,5 mil milhões de euros, anunciou a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), esta segunda-feira.
As expectativas do IGCP ficam assim acima das previsões do ano passado, para 2019, altura em que a agência estimava que as necessidades de financiamento do Estado ascendessem a 8,6 mil milhões de euros.
O número agora revelado consta no programa de financiamento para 2020 que, segundo o IGCP, já mereceu 'luz verde' por parte da tutela.
"Sob proposta do IGCP foi aprovado pela tutela o programa de financiamento para 2020. Este programa contempla as linhas gerais da política a seguir em termos da gestão da dívida direta e das disponibilidades de tesouraria do Estado", explica a instituição liderada por Cristina Casalinho.
Sobre a estratégia que irá ser seguida, o IGCP revela que "centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euro com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário. Oportunidades para realizar operações de troca e recompras de títulos serão exploradas", revela.
O comunicado do IGCP prevê um montante de 16,7 mil milhões de euros através da emissão bruta de OT, combinando sindicatos e leilões e assegurando emissões mensais.
A agência espera que o financiamento líquido resultante da emissão de Bilhetes do Tesouro (BT) resulte num impacto positivo de 1,3 mil milhões de euros. "Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos", indica.
Os dois primeiros leilões de BT a curto prazo (um a seis meses e outro a 12 meses) deverão realizar-se no dia 15 de janeiro, com um montante indicativo entre 1.500 e 1.750 milhões de euros.
A 19 de fevereiro haverá novos leilões, com a emissão de BT com um montante indicativo entre 1.000 e 1.250 milhões de euros, sendo a emissão seguinte a 18 de março, com valores entre 1.250 e 1.500 milhões de euros.
Considerando os montantes do topo do intervalo, o IGCP prevê nestes três leilões - e no primeiro trimestre do ano - obter 4,5 mil milhões de euros.