Portugal é o décimo maior país a expor na Heimtextil, estando presentes 78 empresas nacionais na maior feira do setor têxtil lar do mundo.
"Nos últimos dez anos temos tido uma trajetória de crescimento nos vários segmentos do têxtil, e temos conseguido construir soluções que nos permitem ter uma melhoria das quotas de mercado nos principais destinos das nossas exportações, que estão muito concentrados na Europa, mas também nos Estados Unidos", revelou João Correia Neves em declarações à agência Lusa.
Em 2018 o segmento do têxtil lar exportou 766 milhões de euros, e o setor têxtil esteve perto dos 5 mil milhões de euros de volume global, um valor que deverá ser "muito próximo" em 2019.
"Temos ideia de que vamos fechar o ano, do ponto de vista das exportações, muito próximo dos valores de 2018. Não estamos a ter decrescimentos. Há diferenças nos vários segmentos, mas estamos numa plataforma de estabilidade, o que é natural ao fim de dez anos, e no clima de instabilidade económica e política que se reflete sobretudo na Europa", destacou.
Perante um cenário de "pouco dinamismo da procura" e com "concorrentes com armas que Portugal não tem, como a Turquia, com uma fortíssima desvalorização cambial", a afirmação do país "tem de ser por outras vias", reforçou o secretário de Estado Adjunto e da Economia.
"Capacidade de gerar novas soluções para aquilo que o mercado deseja, e a qualidade intrínseca daquilo que fazemos. Quem visita as feiras sabe que os clientes vêm a Portugal quando pretendem uma qualidade de produtos e preços interessantes", acrescentou.
Procurar soluções em outros mercados tem sido também uma das estratégias das empresas portuguesas.
"Os Estados Unidos são um mercado muito relevante. Temos uma grande concentração no mercado da União Europeia, até pela proximidade e flexibilidade que nos permitia ter do ponto de vista da estrutura produtiva uma vantagem [...] mas temos de encontrar soluções noutros mercados. Esta feira, apesar de ser realizada na Europa, tem âmbito mundial", realçou João Correia Neves.
O secretário de Estado da Economia visitou as empresas portuguesas para conhecer as "dificuldades e desafios" de forma a trabalhar em conjunto.
A novidade este ano foi o 'stand' da Associação Selectiva Moda, em conjunto com o centro tecnológico CITEVE, dedicado a produtos inovadores sustentáveis no setor do têxtil lar.
"O tema da sustentabilidade vem para ficar. Empresas que queiram ter inovação, também têm de o fazer na utilização dos materiais e nas formas como eles são produzidos e apresentados", realçou o secretário de Estado.
"Esta é uma tendência para as empresas se conseguirem afirmar num mercado em que a importância dos fatores de sustentabilidade veio para ser incontornável. Quem não conseguir ter esta visão, está a remeter-se para uma gama de produtos em que esses valores não são tão considerados, mas sim com pouco valor acrescentado. É precisamente isso que não queremos", concluiu.
A Heimtextil termina na sexta-feira. Reúne mais de 3.000 expositores de 65 países, contando com mais de 67.000 visitantes de 156 países.