A Autoridade da Concorrência (AdC) admite que não há garantias de que os bancos multados por causa do cartel da banca tenham colocado um ponto final às práticas que resultaram na condenação. O receio é expresso na decisão da AdC, à qual a TSF teve acesso. Ao que indicou também o Expresso, terá sido um email interno da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que esteve na origem da investigação.
Em setembro, a AdC condenou 14 bancos, que operam em Portugal, ao pagamento de coimas que ascendem a 225 milhões de euros. Em causa está a prática concertada de troca de informação comercial sensível no período entre 2002 e 2013.
Agora, conta a TSF, à exceção dos bancos que pediram dispensa ou redução de coima, "não há nos autos nenhum elemento que demonstre que os restantes - ou seja, a larga maioria - fizeram algo para eliminar as práticas proibidas", refere a antena, com base no documento de 936 páginas.
No fim de semana, o Expresso noticiou que um email interno da CGD, com dados relativos a créditos à habitação do BCP, Santander, BES, BPI e Montepio, terá sido a prova mais antiga utilizada pela AdC neste inquérito. Quer isto dizer que terá sido esse mesmo email a estar na base de toda esta investigação e condenação que está a ser contestada pelos bancos em tribunal.
Os bancos condenados são o BBVA, BIC, BPI, BCP, BES, BANIF, Barclays, Caixa Geral, Caixa de Crédito Agrícola, Montepio, Santader, Banco Popular, Deutsche Bank e UCI.
A Autoridade da Concorrência diz que este cartel durou mais de 10 anos, entre 2002 e 2013, e que prejudicou de forma direta os consumidores.