Extensão do Metro para Cascais "seria um erro gigantesco", diz ministro

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou esta segunda-feira que a extensão do Metro para Cascais "seria um erro gigantesco" e "um desastre para a população".

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Lusa
13/01/2020 18:50 ‧ 13/01/2020 por Lusa

Economia

OE2020

Em resposta a uma questão do CDS-PP, numa audição na Assembleia da República, Pedro Nuno Santos defendeu que a extensão do Metro de Lisboa para Cascais "seria um erro", argumentando que "não é possível nenhum metro ligeiro" competir com a quantidade de passageiros que suporta o comboio.

"Seria um desastre para a população da linha de Cascais", sublinhou o ministro.

No que respeita à ferrovia, classificou de "brutal" o conjunto de necessidades nesta matéria, levando a questionar o PSD qual o "investimento público" que foi lançado pelo governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Tal gerou alguma contestação da parte da bancada do PSD, o que levou o ministro a afirmar: "Estou no meu tempo, posso dizer aquilo que quiser (...) e os senhores ouvem".

Pedro Nuno Santos salientou que a "ferrovia é estruturante para o país", embora a CP tenha sido uma empresa "maltratada por sucessivos governos".

O objetivo é "tornar" a CP "uma das empresas mais importantes do nosso país" e um "instrumento de desenvolvimento do nosso país", sublinhou.

O ministro destacou ainda a aposta na recuperação de material circulante "que estava encostado" que, por ser antigo, exige uma "maior intensidade de manutenção".

Em resposta ao BE, salientou que o material circulante "não é um problema de resolução rápida", já que o país está limitado por partilhar a mesma bitola (distância entre os carris) apenas com Espanha.

"Estamos muito limitados por causa da bitola que partilhamos com outro país", afirmou, adiantando que Portugal tem procurado junto da espanhola Renfe procurar se tem material disponível.

"Aqui ganha uma nova importância a recuperação do material que estava encostado", o que "vai permitir regularizar a operação", mas tendo em conta a procura crescente do transporte ferroviário, as necessidades vão continuar, pelo que será necessário um plano nacional ferroviário.

O governante estimou que "ter um comboio novo" levaria "pelo menos quatro anos", pelo que a situação da ferrovia é um "problema real de difícil superação".

O ministro remeteu para terça-feira, na audição com o ministro do Ambiente, respostas a questões relacionadas com o estudo de impacte ambiental para a extensão do Metro.

Pedro Nuno Santos falava na audição conjunta nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).

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