"O que gostaria de vos comunicar é que temos zero de reclamações de clientes. Não é uma, é zero, relativamente a essa matéria", disse Miguel Maya na conferência de imprensa de apresentação de resultados anuais do BCP (lucro de 302 milhões de euros).
Em 09 de setembro de 2019, a Autoridade da Concorrência (AdC) condenou 14 bancos ao pagamento de coimas no valor global de 225 milhões de euros por prática concertada de informação sensível no crédito à habitação entre 2002 e 2013.
"Tudo aquilo que fizemos está corretamente feito", reiterou Miguel Maya, dizendo que no período a que a AdC faz referência não houve "nem uma reclamação", ironizando posteriormente que com o seu comentário não estava a "convidar à reclamação".
O presidente executivo do BCP afirmou ainda que o banco "tomou a decisão" de dar formação sobre Direito da Concorrência "a todas as primeiras linhas do banco" e a responsáveis de 'Marketing' do BCP, que ficará concluída este mês.
No mesmo dia em que a multa foi conhecida, que no caso do BCP ascende a 60 milhões de euros, o banco liderado por Miguel Maya avançou com a impugnação judicial da aplicação da multa, defendendo que as acusações "não se encontravam adequadamente sustentadas e fundamentadas".
Entretanto, vários bancos se têm manifestado contra a multa, com o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, a dizer que "não há razão" para a aplicação da multa.
Também o presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, recusou a existência de um "cartel da banca", defendendo que o que existiu foi "troca de informação" legal entre as instituições.