"Em Portugal, divulgaremos até 15 de abril as novas estimativas de crescimento para 2020 e anos seguintes, e não deixaremos de refletir este risco na projeção a apresentar", anunciou António Costa na sua intervenção inicial no debate quinzenal no parlamento, inteiramente dedicada à epidemia de Covid-19.
O chefe do executivo ressalvou, contudo, "que a economia portuguesa foi a que melhor resistiu à desaceleração económica de 2019, tendo mesmo sido a economia cujo crescimento mais acelerou na parte final do ano", o que permite ao Governo, disse, "encarar a situação atual com serenidade".
"Estamos conscientes do impacto negativo que a epidemia em curso poderá também vir a ter no comportamento da economia mundial, em particular no setor do turismo", afirmou.
Costa referiu-se à reunião de hoje do Eurogrupo, que decorreu por teleconferência, para acompanhar os desenvolvimentos económicos e financeiros na sequência da epidemia do novo coronavírus, frisando a "disponibilidade para utilizar toda a flexibilidade do Pacto de Estabilidade e Crescimento no sentido de haver uma resposta coordenada".
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo cinco em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 50 mil recuperaram.
Além de 2.983 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, Filipinas e Iraque.
Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou cinco casos de infeção, dos quais quatro no Porto e um em Lisboa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".