A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta sexta-feira "flexibilidade máxima" para os Estados-membros, de modo a que possam responder ao surto do novo coronavírus, a Covid-19, uma medida que o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, já tinha antecipado. Além disso, foi anunciado um pacote de 37 mil milhões de euros para apoiar os setores mais afetados da economia.
"A Comissão adotou hoje uma proposta para dar liquidez à nossa economia. Vamos disponibilizar uma resposta de 37 mil milhões de euros para apoiar o setor da saúde, o mercado de trabalho e as pequenas e médias empresas [PME] de todos os setores afetados", afirmou Ursula von der Leyen numa conferência de imprensa, em Bruxelas, para apresentação de medidas económicas da União Europeia (UE) ao surto da Covid-19.
Ursula von der Leyen detalhou que este pacote de 37 mil milhões de euros se destina a apoiar os setores mais afetados, como o da saúde e o das PME, por exemplo.
Ursula von der Leyen deu ainda garantias a todos os Estados-membros de que a Comissão vai dar "o máximo de flexibilidade possível, no que toca a ajudas estatais [...] e no que toca ao Pacto de Estabilidade e Crescimento", sendo assim mais compreensiva na análise do cumprimento das regras orçamentais por cada país e nas solicitações feitas para auxílio estatal.
A comissária da Concorrência, Margrethe Vestager, detalhou algumas das medidas, entre as quais o facto de Bruxelas estar a trabalhar com os Estados-membros no sentido de reduzir o número de pessoas em restaurantes e outros comércios - uma medida já anunciada em Portugal pelo primeiro-ministro, esta quinta-feira.
Questionada sobre o caso específico de Itália, Ursula von der Leyen referiu que o "país está a ser severamente afetado" e, por isso "todos somos Itália". A presidente da Comissão Europeia mostrou disponibilidade para apoiar o país nesta altura.
Porém, não descartou a responsabilidade de cada país: "Cada Estado-membro tem de cumprir a sua plena responsabilidade e a União Europeia como um todo tem de ser determinada, coordenada e unida", acrescentou.
Destacando o "tremendo choque" que o novo coronavírus está a causar na economia europeia e mundial, a líder do executivo comunitário frisou ser necessário "adotar desde já ações decisivas e arrojadas a diferentes níveis".
Por isso, e ainda no que toca às PME, Bruxelas vai "disponibilizar instrumentos de liquidez, complementando as medidas adotadas a nível nacional", referiu. Como exemplo, Ursula von der Leyen apontou que a UE vai facultar, através do Fundo Europeu de Investimento, um total de "8 mil milhões de euros em empréstimos para 100 mil pequenas e médias empresas e pequenos negócios".
"Os Estados-membros devem sentir-se confortáveis em adotar todas as medidas necessárias para apoiar os setores mais afetados, como o turismo, os transportes ou o retalho, e devem sentir-se confortáveis para apoiar os cidadãos, por exemplo com esquemas de trabalho de curta duração", adiantou.
Assista aqui à conferência de imprensa:
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