Em comunicado, a ECTAA - que a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) integra -- afirma que, embora o impacto do novo coronavírus "ainda não possa ser avaliado, os danos na indústria de viagens são imensos", um facto reconhecido oficialmente na sexta-feira pela Comissão Europeia numa resposta económica coordenada à pandemia.
A resposta da Comissão Europeia é "favorável à indústria das viagens e do turismo", considera a confederação europeia.
"A publicação, pela Comissão Europeia, de uma comunicação propondo uma resposta económica coordenada ao surto de Covid-19 constitui uma nota positiva num período muito difícil para a economia global", reforça a ECTAA.
Para a confederação, a comunicação de Bruxelas "descreve a resposta imediata da Comissão para mitigar o impacto económico do Covid-19" e reconhece que os setores mais afetados são os da saúde, turismo e transportes, em particular a indústria aérea.
"É necessário fornecer pacotes de ajuda temporária para ajudar as empresas de viagens a ultrapassar problemas de liquidez financeira. Essa assistência está atualmente a ser considerada, e por vezes já concedida, nos países mais afetados pelo surto", afirma, citado no comunicado, o presidente da ECTAA, Pawel Niewiadomski.
"A ECTAA congratula-se com o anúncio da Comissão de que os auxílios estatais podem fluir para as empresas, uma vez aprovados", acrescentou o responsável.
Os agentes de viagens e operadores turísticos estão a ser "espremidos" de todas as partes, diz a confederação.
"Reservaram serviços de viagem para os seus clientes e fizeram pagamento parcial ou completo a fornecedores de serviços", mas "os clientes estão a cancelar as suas viagens e a pedir reembolsos, sem a possibilidade de os agentes de viagens recuperarem o dinheiro dos fornecedores de serviços", continua a mesma fonte.
Além disso, segundo a ECTAA, os clientes não estão a fazer novas reservas.
"Neste contexto de elevados constrangimentos de liquidez, são também necessárias medidas adicionais para garantir a sustentabilidade da indústria de viagens sem quaisquer consequências financeiras para os viajantes", defende a ECTAA, adiantando que continuará a trabalhar com a Comissão para encontrar medidas.
Segundo o comunicado, a ECTAA agrupa as associações nacionais de agentes de viagens e operadores turísticos de 29 países europeus e representa cerca de 80.000 empresas.
Na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia anunciou uma verba de 37 mil milhões de euros para apoiar o setor da saúde e as pequenas e médias empresas afetadas pelo novo coronavírus.