Pais querem faltas ao trabalho justificadas também nas férias da Páscoa

As associações de pais querem que os encarregados de educação possam ter as faltas ao trabalho justificadas também nas férias da Páscoa dos filhos e que haja uma remuneração, ainda que parcial, disse à Lusa o presidente da Confap.

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Lusa
17/03/2020 19:31 ‧ 17/03/2020 por Lusa

Economia

Covid- 19

 

Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), disse que a reunião prevista para a manhã de quarta-feira com o Ministério da Educação será uma de trabalho na qual os pais pretendem alertar o executivo para algumas preocupações relativas às medidas em vigor no combate à pandemia de Covid- 19, nomeadamente os direitos no acompanhamento aos filhos.

Os apoios previstos preveem a manutenção de remuneração a quem está em teletrabalho e o pagamento de 66% do ordenado base aos pais que não possam continuar a trabalhar e que tenham de ficar em casa a tomar conta dos filhos com idades até aos 12 anos.

Este apoio é suspenso na interrupção letiva da Páscoa, ou seja, de 30 de março a 13 de abril, o que está a deixar os pais preocupados, sobretudo aqueles que não têm com quem deixar os filhos.

"Há de facto pessoas preocupadas, porque as entidades patronais estão a avisar que nas férias não têm de justificar as faltas. Obrigarão naturalmente a que as pessoas metam 15 dias de férias", disse à Lusa Jorge Ascensão que pede que, "pelo menos, a falta possa ser justificada".

O presidente da Confap vai ainda sugerir à tutela que se não puderem ser pagos os 66% do vencimento, que seja possível pagar de acordo com uma baixa, 55% do ordenado, para garantir que não há interrupção de rendimento na totalidade durante estes 15 dias.

Os pais estão também preocupados com o calendário de exames, mas admitem que é muito cedo para ter respostas e saber o que vai acontecer nesta matéria.

"Não me parece neste momento que possa haver uma resposta. Imaginemos que ficamos até junho em isolamento: os exames só podem ser feitos em agosto. Há aqui várias possibilidades, nós vamos tentar perceber isto. Também tentar perceber o que está a ser feito ao nível das escolas", disse.

Entre as outras questões que a Confap leva à reunião de quarta-feira estão também perceber que trabalho está a ser efetivamente feito nas escolas para garantir a ação social ao nível das refeições, como estão organizadas para acolher os filhos dos profissionais de saúde e de segurança e como estão a garantir a segurança destas crianças, e também que soluções existem para as famílias monoparentais cujos encarregados de educação não têm possibilidade de ficar em casa com os filhos nem com quem os deixar.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

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