Imobiliário critica exclusão do setor das medidas de apoio

O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) criticou hoje a exclusão do setor das medidas de apoio anunciadas pelo Governo e reivindicou o lançamento uma linha de crédito específica.

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Lusa
18/03/2020 12:47 ‧ 18/03/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

"O imobiliário nunca é bem tratado. Apesar de todo o trabalho que temos desenvolvido e da importância que, comprovadamente, revelamos ter no panorama económico nacional, continuamos a ser tratados como os maus da fita a quem só se atribuem as culpas de tudo o que acontece, como dos problemas habitacionais que se vivem", considerou o presidente da APEMIP, Luís Lima, citado em comunicado.

"Mas não haja dúvidas de que o imobiliário é um dos principais responsáveis pela recuperação da economia portuguesa", apontou, salientando que atualmente "mais de 40 mil pessoas dependem diretamente deste setor" e que "só em 2019" este terá gerado "mais de 27 mil milhões de euros de investimento direto, dos quais cerca de 19 mil milhões foram da responsabilidade das empresas de mediação imobiliária".

Apesar de reconhecer que o atual momento que se vive é complexo e que o executivo liderado por António Costa estará a fazer "o seu melhor" para dar resposta ao combate à propagação do novo coronavírus (Covid-19), Luís Lima defendeu a necessidade de medidas específicas para apoiar as empresas deste setor, na sua maioria pequenas e médias empresas (PME).

"Foram promovidas medidas específicas para a restauração, turismo e indústria, por exemplo, mas o imobiliário também tem que ser incluído neste cenário com uma linha de crédito particular para o setor. As empresas não vão conseguir liquidez neste período que obriga ao isolamento social", alertou.

"São mais de 40 mil pessoas que estão em causa, sem contar com as que também dependem indiretamente deste setor, que tem sido dos que mais tem conseguido absorver o desemprego que se verifica em áreas como a banca. Só nos últimos tempos, agregamos cerca de 14 mil pessoas do setor financeiro", prosseguiu Luís Lima.

"Neste momento podemos não ser prioritários, mas quando vier o tsunami económico que, infelizmente, se prevê, não tenho nenhuma dúvida de que seremos uma vez mais um dos setores chave na ajuda a que o país se recomponha, tal como já o demonstramos no passado", sublinhou.

Nesse sentido, o responsável apelou "ao setor financeiro para que não fique a aguardar diretrizes do Governo e seja proativo na antecipação à proteção dos particulares e micro, pequenas e médias empresas".

"A situação é inédita e todos os setores, na medida das suas possibilidades, devem ajudar a minimizar o impacto da crise que estamos a viver", defendeu.

Alertou ainda para que "o setor financeiro tem um papel fundamental na imposição da concessão de moratórias nos créditos a empresas e famílias, para que não se sintam estranguladas neste momento tão difícil".

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou terça-feira o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para hoje, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

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