Ovar prescinde das rendas da habitação social enquanto durar a crise

O presidente da Câmara Municipal de Ovar anunciou hoje que irá prescindir da cobrança das rendas da habitação social relativas ao mês de março e durante o período em que durar a crise gerada no concelho pela pandemia de covid-19.

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Lusa
26/03/2020 10:57 ‧ 26/03/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

Em causa estão os valores devidos a essa autarquia do distrito de Aveiro pelos 184 inquilinos de apartamentos que são propriedade do município, o que, segundo os serviços camarários, representa um valor global na ordem dos 10.000 euros mensais.

"Vamos isentar do pagamento de rendas todos os inquilinos de Ovar que neste momento estão a ocupar casas da Câmara. Este mês já não vão pagar renda e nos próximos também não, enquanto durar esta situação", disse Salvador Malheiro.

O autarca defende que essa é uma forma de compensar a população mais carenciada do concelho pela perda de rendimentos resultante do cerco sanitário imposto ao território, que se encontra em estado de calamidade pública desde 17 de março e sujeito a controlo de fronteiras desde o dia 18.

Considerando que essa quarentena geográfica impôs o encerramento de toda a atividade empresarial local que não seja de primeira necessidade e vem impedindo os habitantes afetos a trabalho não essencial de comparecerem ao respetivo emprego, seja em Ovar ou noutros concelhos, Salvador Malheiro defende: "[Prescindir das rendas] É o mínimo que podemos fazer".

Ainda nesse contexto, o autarca acrescentou que a Câmara vai igualmente abdicar "de tudo o que é taxas de recolha de resíduos e taxas municipais", tendo já em análise outras medidas destinadas a atenuar junto de famílias e empresas o impacto económico da quarentena geográfica imposta ao território para controlar a disseminação da doença.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro na China e já infetou mais de 450.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 20.000 morreram.

O continente europeu é atualmente o que regista maior número de novos casos, 240.000, sendo Itália o país com mais vítimas mortais em todo o mundo. Contabiliza 7.503 mortos em 74.386 diagnósticos positivos e, desses infetados, mais de 7.000 já foram dados como curados pelas autoridades.

Os países mais afetados depois de Itália e China são: Espanha, com 3.434 óbitos em 47.610 infeções; Irão, com 2.077 mortes entre 27.017 casos; França, com 1.331 vítimas mortais em 252.233 diagnosticados; e os Estados Unidos, com 827 mortes em mais de 60.000 infetados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde indicou na quarta-feira que o surto de covid-19 já provocou 43 mortes e 2.995 infetados. Nesse universo de doentes, 276 estão internados, 61 dos quais em cuidados intensivos. Há ainda 22 cidadãos que já recuperaram da doença.

Dada a evolução da pandemia, a 17 de março o Governo declarou o estado de calamidade pública em Ovar, concelho de 148 quilómetros quadrados com cerca de 55.400 habitantes.

Desde as 00:00 do dia 19, todo o país se encontra em estado de emergência, o que vigorará até às 23:59 do dia 02 de abril.

 

 

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