O documento, produzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano, refere que estes estabelecimentos hoteleiros ofereceram uma capacidade de alojamento de 13.092 quartos, traduzindo-se num decréscimo de 0,7% face a 2018.
Já o número de camas aumentou 0,1%, para 21.059, enquanto o total de trabalhadores afetos oficialmente ao setor desceu 3,9%, para 9.050, face ao máximo histórico de 9.417 registado em 2018. O Sal continua a ser a ilha com maioria do pessoal empregado nos estabelecimentos de alojamento turístico (30 estabelecimentos num total do país de 284), com 53 em cada 100 empregados do total nacional.
Em termos nacionais, a grande maioria do pessoal empregado (92,7%) é de nacionalidade cabo-verdiana e 58,8% desse total são mulheres. Do pessoal ao serviço remunerado, 71,0% tem contrato a termo, 26,2% tem contrato permanente e apenas 2,8% não tem contrato. Ainda segundo o inventário do INE, dos com contrato a termo, 44,8% tem contrato de um ano, 34,0% tem contrato de três meses e 21,2% tem contrato de seis meses.
As residenciais representavam a maioria de unidades hoteleiras (34,5%) em Cabo Verde, seguidas de hotéis (25,7%) e pensões (27,1%), Cabo Verde, além de pousadas (3,5%), hotéis-apartamentos (7,7%) e aldeamentos turísticos (1,4%).
Em todo o ano de 2019, Cabo Verde recebeu mais de 800 mil turistas e o Governo tinha a meta de ultrapassar o milhão de turistas anuais a partir de 2021, que fica agora ameaçada pela pandemia de covid-19.
O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde admitiu em 26 de março que o país deverá perder meio milhão de turistas em 2020, quebra superior a 60% face a 2019, além de um corte de 4% no Produto Interno Bruto (PIB), devido à covid-19.
"A economia de Cabo Verde vai perder cerca de 500 mil turistas este ano, em relação a 2019. Com isso, o país vai ter uma redução de cerca de três milhões de dormidas", divulgou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.
Olavo Correia explicou que, em consequência deste cenário, "as receitas fiscais vão reduzir-se em aproximadamente 12 milhões de contos [12 mil milhões de escudos, 107 milhões de euros]". Além disso, as receitas totais do Estado de Cabo Verde "vão diminuir em cerca de 18 milhões de contos [160 milhões de euros] em relação ao previsto no Orçamento de Estado de 2020".
Nos últimos três anos, a economia cabo-verdiana estava a crescer acima dos 5% ao ano.