"[...] Já ouvi colegas meus, insuspeitos, de lhes passar pela cabeça tomar decisões, até como ministros das Finanças, que não nos passaria pela cabeça tomar há mês e meio. Portanto, não seria correto nem verdadeiro que eu dissesse [...] que qualquer opção fosse tabu", afirmou Mário Centeno, em entrevista à TVI, quando questionado se admite no plano de recuperação da economia intervenções diretas ou indiretas, como a nacionalização de empresas.
"Sobre a TAP, por exemplo, tem desafios únicos. Há muitas formas de intervir, mas essa também é uma delas", declarou Mário Centeno, quando confrontado com uma eventual nacionalização da transportadora em que o Estado é o maior acionista com 50% do capital.
Referindo que o Governo terá de "reagir a algo para o qual não existe um guião", o ministro das Finanças recusou "tirar qualquer possibilidade para dar resposta" aos impactos do novo coronavírus na economia, por desconhecer que "desafios se vão colocar amanhã".
Na mesma entrevista, Centeno afirmou hoje que as estimativas do Governo apontam para uma queda de 6,5% do PIB anual por cada 30 dias úteis em que a economia esteja paralisada devido à covid-19.
"As estimativas que existem e apresentaremos brevemente números nesse sentido estão enquadradas em factos que vão desde 6,5% do PIB anual por cada 30 dias úteis em que a economia esteja, como ela está hoje em Portugal", referiu o governante.