Em comunicado, a Fidelidade diz que a Multicare assinou um acordo com a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) para assistir os seus segurados não referenciados pelo SNS, apesar da prática internacional excluir o risco de pandemia dos seguros de saúde.
A posição da seguradora surge depois da polémica sobre quem pagaria os custos dos doentes que recorreram por sua vontade aos hospitais privados e foram atendidos por estes com a intenção de cobrar ao SNS por ser um serviço no âmbito da pandemia, mesmo sem estarem referenciados pelo Serviço Nacional de Saúde, como as regras estipulam.
A ministra da Saúde esclareceu no sábado que o Estado só vai assegurar os custos de tratamento dos doentes infetados com o novo coronavírus nos hospitais privados nos casos encaminhados pelo SNS, depois de uma reportagem da Sic ter revelado que alguns privados se preparavam para cobrar ao Estado o custo de internamento, testes e exames de todos os utentes diagnosticados com covid-19, mesmo que não sejam encaminhados pelo SNS.
No comunicado hoje divulgado, a Fidelidade informa que o acordo assinado entre a Multicare e a APHP pretende "continuar a assegurar a proteção da saúde dos seus segurados", "apoiar as unidades hospitalares do SNS, aliviando a sobrecarga sobre essas unidades ao evitar a transferência de doentes covid-19 que não tenham sido referenciados pelo SNS".
Pretende ainda "assegurar o contínuo apoio ao sistema privado de saúde, o qual tem dado um contributo decisivo para a melhoria dos cuidados de saúde da população portuguesa e cuja estrutura hospitalar será absolutamente decisiva para a fase de recuperação dos tratamentos que ficaram adiados pela pandemia covid-19", sublinha.
Citado no comunicado, o presidente do Grupo Fidelidade, Jorge Magalhães Correia, lembra que "os portugueses dispõem de um bom sistema público de saúde e de um bom sistema privado de saúde, acessível a faixas alargadas da população, pelo que o esforço conjunto destes sistemas é essencial para vencer os múltiplos desafios que atualmente o país enfrenta".
Portugal, em estado de emergência até 17 de abril e onde o primeiro caso foi confirmado em 02 de março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
Os últimos dados oficiais indicam que Portugal regista 567 mortos associados à covid-19 e 17.448 pessoas infetadas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em todo o mundo.
Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.