Os resultados do inquérito excecional dirigido às empresas, por causa da crise do novo coronavírus, revelam que a percentagem de empresas que sofreu uma redução do volume de negócios por causa da pandemia mantém-se num nível elevado (80%) na semana entre 13 e 17 de abril.
"Como fatores com muito impacto para a redução no volume de negócios, foram referidos mais frequentemente pelas empresas a ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência", conforme se pode ler no relatório divulgado pelo Banco de Portugal (BdP) e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Além disso, os resultados revelam que a "redução foi superior a 50% numa grande parte das empresas respondentes (39%)".
Preços vão diminuir?
Outra conclusão do relatório é que, apesar de a maioria das empresas antecipar uma manutenção dos preços, há uma percentagem de 8% das firmas que estima uma redução. Esta possibilidade, sublinhe-se, foi levantada também, na segunda-feira, pela ministra da Agricultura, que espera uma queda geral dos preços em grande parte dos produtos alimentares devido à alteração dos padrões de consumo.
"A intenção de manter os preços nesta semana foi referida por 90% das empresas, enquanto 8% reportaram que estes deverão diminuir, percentagem que atinge mais do dobro no alojamento e restauração", pode ler-se no relatório.
Quantas empresas estão a funcionar?
Os resultados do inquérito mostram que 82% das empresas mantinham-se em produção ou em funcionamento na semana entre 13 de 17 de abril, mesmo que parcialmente. Cerca de 16% das empresas encontravam-se temporariamente encerradas, enquanto 1% tinha encerrado definitivamente.
Observa-se uma maior proporção de empresas encerradas - temporária e definitivamente - entre as empresas de menor dimensão. Por setor, a percentagem de empresas encerradas é mais elevada no alojamento e restauração, à semelhança dos resultados apurados na semana anterior.