Há hospitais privados que estão a cobrar aos utentes um valor específico por causa do material de proteção utilizado pelos profissionais de saúde nas consultas. O Notícias ao Minuto contactou a Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP) para perceber se a situação é transversal a todos os grupos e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para questionar em que moldes esta cobrança pode ser feita, mas até ao momento ainda não foi possível obter uma resposta.
"Na minha vez de ser atendida disseram-me que eu tinha de pagar 10 euros para o EPI [equipamento de proteção individual] para o profissional de saúde. Era uma touca, uma máscara e luvas", disse uma das utentes da CUF, em declarações à SIC Notícias. Outro utente disse ao mesmo canal de televisão que na CUF de Cascais teve de pagar "25 euros por um kit anti Covid-19".
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) já disse que vai pedir à Entidade Reguladora da Saúde que clarifique se os privados podem, devido à covid-19, cobrar valores extra pelos equipamentos de proteção dos profissionais de saúde.
"Também nos preocupa se está a ser dada a informação prévia, e clara, aos consumidores, até sobre a possível comparticipação das seguradoras nestes adicionais que estão a ser cobrados", referiu Paulo Fonseca, coordenador do departamento jurídico e económico da DECO, em declarações à agência Lusa.
O grupo CUF esclareceu à SIC Notícias que "seguindo as recomendações da DGS estão a ser usados equipamentos de proteção mais complexos (...) há por isso um valor acrescido que deve ser pago pelos doentes, sempre que não exista comparticipação, por exemplo, de subsistemas de saúde ou seguradoras". Além disso, a CUF esclareceu ainda que os 25 euros cobrados foram um "lapso" e que o montante adicional será devolvido aos utentes.
Porém, não será só a CUF que está a cobrar este valor. Ao que indica o mesmo canal, também o grupo Lusíadas confirmou estar a cobrar este extra e a Luz Saúde não comentou a situação, apesar de a SIC ter tido acesso a faturas que comprovam a cobrança do valor.
[Notícia atualizada às 11h20]
