Cerveja Quinas atrai investimento e prepara entrada na Rússia e Ucrânia
A Domus Capital, que detém a marca de cerveja Quinas, recebeu investimento do empresário russo Konstantin Balitskiy, numa altura em que o grupo português prepara o lançamento nos mercados da Rússia e da Ucrânia.
© QUINAS
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A entrada do novo acionista, que passa a deter 23,33% do capital da empresa, avaliada em cerca de dois milhões de euros, começou a ser ponderada antes do início da crise provocada pela pandemia da covid-19, disse à Lusa o CEO da Domus Capital, Sérgio Duarte.
"O investimento começou a ser negociado antes da pandemia e não parou, pois a estratégia da marca Quinas chamou a atenção deste empresário e de outros que procuram diversificar apostas em outros segmentos de negócio", afirmou. A negociação foi concluída "em pleno estado de emergência, pois a empresa não parou e manteve o seu crescimento", acrescentou o executivo.
O processo de comercialização da Quinas na Rússia já foi iniciado e a previsão é de que a entrada neste mercado seja possível dentro de dois meses. Segundo explicou Sérgio Duarte, estão a ser finalizadas "questões de imposições legais e de alterações específicas de rotulagem que serão específicas para o mercado".
A cerveja portuguesa poderá então ser encontrada à venda "num dos maiores grupos de distribuição russa". O executivo sublinhou que "a entrada na Rússia é difícil" e por isso o grupo está a seguir a estratégia de "envolver locais neste projeto".
O país, de 143 milhões de habitantes, tem aumentado o consumo de cerveja na última década em detrimento de bebidas espirituosas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
"Os produtos portugueses são reconhecidos lá fora muito à custa de grupos portugueses que investem nos países de leste e que progressivamente levam a que os nossos produtos sejam reconhecidos pela qualidade e confiança dos consumidores", considerou Sérgio Duarte.
Esta entrada facilitará a chegada à Ucrânia, visto que o empresário também tem distribuição neste país. Aqui, a Quinas estará presente "numa primeira fase na grande distribuição e mais tarde no canal horeca [hotelaria, restauração e cafetaria] num sistema de barril de pressão de tara perdida".
O CEO afirmou que a marca está a conduzir uma estratégia de crescimento "de fora para dentro" que já chegou a 24 mercados em 18 meses, sendo que o objetivo estabelecido desde o início é tornar a Quinas na "terceira referência de cerveja portuguesa" no mercado nacional. "Iremos levar Portugal numa garrafa a todo o mundo e seremos a marca com maior número de países com distribuição de cerveja portuguesa", afirmou.
Em 2020, a previsão é de que o Canadá seja o país com maior crescimento da Quinas, fruto de um acordo para entrar em 1.500 pontos de venda através do distribuidor Global Inc. e "novas referências já confirmadas", adicionando às centenas de lojas SAQ onde já se encontra à venda.
O crescimento no Canadá foi impulsionado após o investimento do grupo canadiano Societé D'Investissements Cabral, detido pelo português Emanuel Cabral, que adquiriu 15% da Domus Capital em setembro de 2019.
Este investimento "deu visibilidade e outro impulso nas vendas da cerveja", disse Sérgio Duarte, referindo que este acionista "aportou volumes e é reconhecido como um dos mais importantes importadores de vinhos portugueses" e considerando que a união foi "estratégica e cheia de sucesso".
Nos Estados Unidos, onde a empresa entrou no início do ano passado, a cerveja está à venda em 150 pontos de vários estados, incluindo Massachusetts, Califórnia e Nova Jersey, e foi lançada uma campanha televisiva para promover a marca.
Com as restrições impostas por causa da pandemia da covid-19, o processo de expansão nesta geografia foi atrasado, "pois as viagens de apoio para alargamento de pontos de venda estão canceladas e os pontos genericamente fechados", afirmou.
Ainda assim, o CEO disse que a abertura de novos clientes e a aposta nas vendas online em várias plataformas permite a continuação do crescimento a dois dígitos, sendo que a Quinas estava a crescer 30% face ao ano passado.
A expetativa da administração da Domus Capital é chegar ao final de 2020 com uma avaliação de 4 milhões de euros, dependendo da evolução das outras marcas do grupo.
Além da Quinas, a empresa detém maras de água com gás, refrigerantes, café, vodka, ginjinha e gin e o responsável disse que estão ainda planeadas "muitas outras novidades".
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