A taxa de desemprego situou-se em 6,7% nos primeiro três meses do ano, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este número corresponde ao mesmo valor registado no trimestre anterior (4.º trimestre de 2019), sendo que estes dados refletem um impacto limitado da Covid-19 em Portugal - mesmo que os primeiros casos confirmados tenham começado a ser registados em março.
"Ainda que estas medidas [de combate à Covid-19] se tenham iniciado apenas nas últimas semanas do mês de março, os resultados apresentados neste destaque podem já ter sido afetados, uma vez que a mobilidade da população foi muito limitada. Porém, uma vez que terão apenas tido impacto em duas das 13 semanas do trimestre, é normal que os seus efeitos se tenham diluído e não sejam ainda evidentes", explica o INE, em comunicado.
A população desempregada, estimada em 348,1 mil pessoas, diminuiu 1,2% (4,3 mil) em relação ao trimestre anterior e 1,6% (5,5 mil) relativamente ao 1.º trimestre de 2019.
Porém, a população empregada ausente do trabalho ascendeu a 452,1 mil pessoas (9,3% da população empregada), tendo aumentado 33,0% (112,2 mil) em relação ao trimestre anterior. "Este aumento ficou a dever-se essencialmente à redução ou falta de trabalho por motivos técnicos ou económicos da empresa (inclui a suspensão temporária do contrato e o layoff), razão apontada por 68,3 mil daquelas pessoas", adianta o INE.
A subutilização do trabalho abrangeu 694,7 mil pessoas, tendo aumentado 2,5% (16,7 mil) em relação ao trimestre anterior e diminuído 5,8% (43,1 mil) em relação ao homólogo. A taxa de subutilização do trabalho, estimada em 12,9%, aumentou 0,4 p.p. relativamente ao trimestre precedente e diminuiu 0,7 p.p. por comparação com um ano antes.
"A subutilização do trabalho é um indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego. Este indicador é complementado pela taxa correspondente – a taxa de subutilização do trabalho. Trata-se de um indicador que fornece aos utilizadores uma medida mais abrangente da subutilização do trabalho do que a medida mais restrita correspondente à taxa de desemprego", explica o INE.
