Pandemia leva a quebra de 2,4% do PIB no primeiro trimestre

Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, esta sexta-feira.

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Beatriz Vasconcelos
15/05/2020 09:30 ‧ 15/05/2020 por Beatriz Vasconcelos

Economia

INE

A economia portuguesa terá registado uma quebra do produto interno bruto (PIB) de 2,4% nos primeiros três meses do ano, já refletindo os efeitos da pandemia, de acordo com a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira. 

"O PIB) em termos homólogos, diminuiu 2,4% em volume no 1º trimestre de 2020, após o aumento de 2,2% no trimestre anterior. A contração da atividade económica reflete o impacto da pandemia Covid-19 que já se fez sentir significativamente no último mês do trimestre [março]", pode ler-se no relatório do INE.

Os analistas consultados pela agência Lusa antecipavam uma recessão entre os 2,7% e os 5% em termos homólogos no primeiro trimestre. 

Explica ainda a agência de estatística que o "contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi negativo no 1º trimestre (-1,4 pontos percentuais), após ter sido positivo no trimestre anterior". Relativamente à procura interna, esta "registou um contributo negativo (-1,0 pontos percentuais), pela primeira vez desde o 3.º trimestre de 2013, associada à diminuição do consumo privado e do Investimento", refere o INE

Em cadeia, ou seja, em comparação com o 4.º trimestre de 2019, o PIB diminuiu 3,9% em termos reais, um resultado que o INE justifica com "contributos negativos da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB (-2,0 pontos percentuais, após ter sido positivo no trimestre anterior) e da procura interna (-1,9 pontos percentuais), que foi mais negativo que no trimestre anterior", segundo o INE.

Esta é apenas uma estimativa rápida que é habitualmente divulgada pelo INE antes dos resultados correntes do 1.º trimestre, que serão divulgados no dia 29 de maio.  

Apesar de estes números já refletirem parte do impacto da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é que o segundo trimestre do ano seja o mais penalizado. Em abril, por exemplo, a economia portuguesa esteve quase paralisada no âmbito do Estado de Emergência. 

No conjunto do ano, a Comissão Europeia estima uma recessão de 6,8% em Portugal, enquanto o Fundo Monetário Internacional antecipa uma quebra económica de 8%. O Governo ainda não atualizou as projeções macroeconómicas. 

[Notícia atualizada às 9h54]

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