"Tenho finalmente notícias para todos os que nos têm perguntado há já bastante tempo sobre quando é que adotaríamos as nossas propostas sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o instrumento de recuperação: a Comissão planeia agora adotar a sua proposta no dia 27 de maio", anunciou hoje o porta-voz do executivo comunitário, Eric Mamer.
As propostas, há muito aguardadas, serão assim apresentadas mais de um mês depois de os chefes de Estado e de Governo da UE terem solicitado ao executivo comunitário a sua formulação com caráter de urgência, numa cimeira celebrada por videoconferência em 23 de abril último.
Na quarta-feira, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, deslocou-se ao Parlamento Europeu para participar num debate sobre a resposta europeia à crise provocada pela pandemia, mas não revelou novidades sobre as propostas, tendo ouvido críticas de muitos eurodeputados, inclusivamente pela demora na apresentação das mesmas.
Hoje mesmo, a assembleia europeia reclamou um ambicioso pacote de recuperação para a Europa num montante global na ordem dos dois biliões de euros, defendendo que os apoios aos Estados-membros sejam prestados "principalmente através de subvenções".
Numa resolução hoje adotada - com 505 votos a favor, 119 contra e 69 abstenções -, os eurodeputados solicitam à Comissão Europeia, responsável pela elaboração da proposta do futuro fundo de recuperação para ultrapassar a crise da covid-19, que se abstenha de utilizar "engenharia financeira" e "multiplicadores duvidosos" para publicitar valores ambiciosos.
O fundo de recuperação, por muitos classificado como um novo 'Plano Marshall' para a Europa, é considerado o grande instrumento da União Europeia para ultrapassar a crise da covid-19, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará uma contração recorde de 7,7% do Produto Interno Bruto da zona euro este ano e de 7,4% no conjunto da União.