"Apesar de todos os nossos esforços para manter os postos de trabalho, vemo-nos obrigados a tomar esta difícil decisão", referiu, em comunicado, o presidente executivo (CEO) da companhia aérea, Roberto Alvo.
O gestor acrescentou que os impacto da covid-19 "são profundos" e tornou-se "inevitável reduzir o tamanho do Grupo Latam para proteger a sua sustentabilidade no médio prazo".
Antes da emergência sanitária causada pelo novo coronavírus, a Latam voava para 145 destinos em 26 países, incluindo Portugal, operando 1.400 voos por dia.
No início de abril, foi obrigada a suspender 95% da sua operação, situação que se manterá durante o mês de maio, devido ao encerramento de fronteiras em vários países e à queda da procura.
A Latam, que nasceu em 2012 da fusão entre a chilena Lan e a brasileira Tam, está apenas a fazer alguns voos domésticos no Chile e no Brasil e mantém seis ligações semanais entre Santiago do Chile e Miami, bem como três ligações semanais entre S. Paulo e Miami.
Em abril, o CEO da Latam já tinha referido que seria "inevitável" às empresas do Grupo sofrerem um redimensionamento e mudarem a forma como operam.
"Não temos mais nenhuma opção do que começar a reduzir o grupo", afirmou Alvo num vídeo interno da companhia que está a circular pelos 'media' locais, referindo que "esta muito difícil e dolorosa decisão vai afetar pessoas de algumas filiais".
"Quero que saibam que este passo que damos nada tem a ver com o desempenho e profissionalismo de cada uma das pessoas que vai ter de nos deixar. Fazemo-lo porque estamos obrigados a adaptar-nos a um mundo novo, que nunca esperámos e nunca desejámos, mas que se colocou à nossa frente", referiu ainda o CEO.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que reúne cerca de 300 companhias aéreas em todo o mundo, revelou na semana passada que a procura mundial de passageiros caiu 52,9% em março, em termos homólogos, e que os bilhetes vendidos caíram mais de metade em 2020.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 304 mil mortos e infetou perto de 4,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Por regiões, a Europa soma mais de 164 mil mortos (mais de 1,8 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 92.300 mortos (mais de 1,5 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 25.600 mortos (mais de 454 mil casos), Ásia mais de 11.650 mortos (mais de 336 mil casos), Médio Oriente mais de 7.900 mortos (mais de 262 mil casos), África mais de 2.600 mortos (perto de 77 mil casos) e Oceânia com 126 mortos (mais de 8.300 casos).
Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.