"Acho que as pessoas vão ter saudades da carga fiscal dos últimos anos. Vou explicar porquê. A carga fiscal, [é] o conjunto da receita fiscal e contributiva, e a grande influencia para o aumento da carga fiscal foi a receita contributiva, que decorreu de mais e melhor emprego", que levou a que a receita das quotizações e contribuições da Segurança Social estivesse a crescer mais de 7%, indicou António Mendonça Mendes.
Antes de dizer aquela frase o governante sinalizou que esta devia ser contextualizada, sublinhando que as 'saudades' da carga fiscal resultam das saudades que o nível de emprego dos últimos cinco anos vai deixar, porque o que contribuía para o nível da carga fiscal era o peso da receita contribuições sociais (que incidem sobre a remuneração) que derivavam de haver mais emprego e com salários mais altos.
"Toda a discussão sobre a carga fiscal dos últimos anos foi absolutamente estéril porque não houve nenhum aumento de impostos. A carga fiscal estava a aumentar fruto do crescimento da atividade económica e do emprego" porque esta carga fiscal "era reflexo desta dinâmica positiva" da economia, disse.
De acordo com as "Estatísticas das receitas fiscais" de 2019 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a carga fiscal atingiu os 34,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o mesmo valor que já havia sido registado em 2018, e que corresponde ao mais elevado das últimas décadas.
Falando na conferência 'online' "A retoma económica: pontos de vista institucionais", integrada nos ciclos de conferências 'online' "Conviver com a Pandemia" da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais acentuou que esta crise veio por "a nu" a importância das contribuições para a Segurança Social, mostrando que "não são um custo, mas um investimento".