Setenta e nove dias depois da ordem das autoridades estaduais para encerrar, e apesar de os Estados Unidos serem atualmente o país com mais mortos (107.175) e mais casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados (mais de 1,8 milhões), a agência norte-americana Associated Press (AP) relatou que os estabelecimentos de jogo concentrados nos subúrbios de Las Vegas foram os primeiros a abrir portas, ao fim da manhã (hora local), e a receber os primeiros clientes.
Nas horas seguintes, as 'slot machines', as roletas e os dados também começaram a rolar nos casinos localizados na icónica Las Vegas Strip, a longa avenida de casinos e hotéis desta cidade norte-americana conhecida pelos excessos.
No entanto, os grandes operadores, como a MGM Resorts e a Caesars Entertainment, decidiram não abrir ainda todas as unidades, preferindo aguardar mais alguns dias para perceber a afluência do público.
"Os últimos meses foram para a nossa cidade um desafio sem precedentes", disse, em declarações à AP, Derek Stevens, proprietário de dois casinos no centro de Las Vegas.
"Estamos entusiasmados por ter os nossos funcionários de volta ao trabalho e por receber as pessoas na capital mundial do entretenimento", afirmou Derek Stevens.
Alguns casinos optaram por começar a funcionar algumas horas mais cedo por causa dos protestos e dos incidentes, muitos deles registados durante a noite, que têm acontecido nos últimos dias na sequência da morte de um cidadão afro-americano, George Floyd, no Estado do Minnesota, durante uma detenção policial.
Os casinos foram encerrados em 17 de março, após o governador do Nevada Steve Sisolak (democrata) ter emitido uma ordem de emergência que decretava o encerramento dos negócios não essenciais para impedir a propagação da doença covid-19.
Para garantir a reabertura, os casinos e hotéis tiveram de apresentar planos detalhados de segurança sanitária e são forçados a aplicar várias medidas, como, por exemplo, a desinfeção dos dados e dos restantes equipamentos de jogo, o uso de máscaras de proteção individual e a higienização das mãos dentro dos estabelecimentos, a limitação do número de jogadores nas mesas de jogo e a verificação da temperatura corporal dos visitantes.
Os empresários do setor esperam agora recuperar dos impactos provocados pela paragem de quase três meses.
"Existe muita coisa em jogo, não só para os casinos, mas também para a comunidade e para o estado", afirmou o empresário e membro do International Gaming Institute da Universidade do Nevada, Alan Feldman, admitindo que a recuperação do setor irá demorar muito tempo.
Em abril, a taxa de desemprego no Estado do Nevada atingiu os 28,2% e as receitas dos casinos foram quase nulas, quando comparadas com os ganhos tributáveis de janeiro e fevereiro últimos, que rondaram os mil milhões de dólares por mês.