"Atendendo à realidade de um mês completo de confinamento e restrições de atividade, e à limitada recuperação que se pode antever para os meses de maio e junho, o 2.º trimestre deverá registar uma queda homóloga histórica que admitimos possa vir a situar-se" entre 15% e 20%, avança o grupo de análise económica do ISEG (Universidade de Lisboa).
Os economistas lembram que no primeiro trimestre, já sob efeito parcial da covid-19 e da entrada em vigor do confinamento e das restrições à atividade económica, o PIB caiu 2,3% em termos homólogos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A queda no primeiro trimestre resultou de contributos negativos simultâneos da procura interna e da procura externa líquida, continuam os economistas.
"Já os indicadores de clima e confiança caracterizaram-se, na generalidade da área euro, por uma queda abrupta em abril e uma ténue melhoria em maio" e Portugal teve quebras de confiança "ligeiramente mais acentuadas do que a média europeia", pode ler-se no documento.
"Em maio, começaram a registar-se opiniões menos negativas, sobretudo quanto ao futuro", sublinha o grupo de economistas do ISEG, acrescentando que os primeiros dados relativos a abril "reforçam as expectativas de que esse mês e o 2.º trimestre marcarão um mínimo histórico em termos de queda da atividade económica a partir dos quais se irá iniciar uma recuperação cuja duração e dinâmica permanecem incertas".
Na terça-feira o Governo deverá apresentar o orçamento retificativo, com o executivo a estimar uma contração do PIB de 6,9% para 2020, segundo disse na quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa.
A previsão do Governo está em linha com a da Comissão Europeia, que estima uma queda de 6,8% da economia portuguesa este ano.