Miguel Sousa Tavares que falava na SIC no âmbito do seu comentário semanal no ‘Jornal da Noite’ comentou os dados hoje divulgados pela Direcção-Geral do Orçamento relativo aos dados de execução orçamental de Novembro, referindo que “os salários da Função Pública e das pensões correspondem ao grosso da despesa do Estado”.
Isto leva a que, a seu ver, os portugueses tenham de “trabalhar e pagar mais impostos para sustentar o resto do País”.
Na origem desta situação está o défice na ordem dos 8,9 mil milhões de euros: “Depois de todos os esforços, aquilo que o Estado tem, fica a 8,9 mil milhões aquém do que precisa”, o que leva a um “aumento dos impostos”. “O Estado tem tentado equilibrar isto com receita do IRC”.
Já sobre o chumbo do Tribunal Constitucional, o antigo jornalista considerou que “o artigo 2 [da Constituição Portuguesa], no qual se baseia o chumbo, não aborda nada do princípio da confiança, igualdade e solidariedade”. Até porque, continuou, “se houvesse princípio da confiança, este estaria sempre em causa”.
O Palácio de Ratton “deixou a porta aberta”, rematou.
Quanto à acção de Cavaco Silva relativa ao Orçamento do Estado para o próximo ano, Sousa Tavares considerou que o Presidente “vai promulgar” o documento e “pedir fiscalização sucessiva”. “Não vai haver surpresa”, concluiu.