Quase 60% das empresas diminuíram encomendas em carteira em junho

Quase 60% das empresas diminuíram as encomendas em carteira em junho, em comparação com o período homólogo, e o valor destas caiu, em média, 45%, segundo um estudo da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e do ISCTE, hoje divulgado.

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Lusa
30/06/2020 19:21 ‧ 30/06/2020 por Lusa

Economia

CIP

"As encomendas em carteira, as que ainda não foram faturadas, comparando junho de 2019 com junho de 2020, [...] caíram para 58% das empresas, 16% mantiveram e 5% aumentaram", avançou o professor Pedro Dionísio do 'Marketing FutureCast Lab' do ISCTE, numa conferência 'online'.

Já 21% dizem respeito a empresas às quais não pode ser aplicada a questão, por exemplo, as do setor da restauração.

Em média, o valor das vendas em carteira cedeu 45% para as empresas que registaram uma redução.

"A queda dos negócios vai ser repercutida ao longo dos próximos meses. Diminuindo as encomendas em carteira para uma grande parte das indústrias que trabalham muito sob encomenda [...] os seus volumes de negócio vão também diminuir", apontou Pedro Dionísio.

De acordo com o inquérito, na semana de 15 de junho, 80% das empresas consideraram que os programas de apoio do Estado estão "aquém ou muito aquém" daquilo que elas necessitam.

Por sua vez, no período em causa, 57% das empresas pediram financiamento e, das que pediram, 62% já receberam, ou seja, mais 15 pontos percentuais face à semana anterior, e 38% ainda não.

Já no que se refere ao 'lay-off' simplificado (redução do horário de trabalho ou suspensão dos contratos), cerca de 25% das empresas estão neste regime, uma estabilização em comparação com os últimos resultados.

Para metade das empresas os apoios da União Europeia (UE) para a retoma económica são "razoavelmente adequados", enquanto 4% defenderam ser "nada adequados".

Na semana de 15 de junho, 64% das empresas estavam em pleno funcionamento, 33% parcialmente encerradas e 3% encerradas.

O mesmo inquérito revelou que, em maio, 71% das empresas tiveram dificuldade em comprar produtos e serviços essenciais à sua laboração e 80% mantiveram os prazos de pagamento aos fornecedores.

Em média, 76% das empresas diminuíram as vendas em maio, face ao mesmo mês do ano passado, sendo que a redução foi de cerca de 49%.

Neste mês, apenas 8% das empresas aumentaram as vendas através de novos canais.

O projeto Sinais Vitais é desenvolvido pela CIP em parceria com o ISCTE, no âmbito do qual já foram aplicados sete questionários.

O inquérito cujos dados foram agora divulgados incluiu perguntas do barómetro semanal e outras subordinadas ao tema de compras e vendas pós o estado de emergência.

Para a realização deste inquérito, considerando um universo de 150 mil empresas, foi selecionada uma amostra de 561, com um intervalo de confiança de 95% e uma margem de erro máxima de 4,1%.

Do total das empresas que responderam ao inquérito, 48% são industriais e de energia, 23% correspondem a outros serviços e 13% ao comércio.

A amostra é, sobretudo, constituída por micro e pequenas empresas.

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