Cimeira: UGT acusa cinco líderes europeus de "atuação lamentável"
A UGT considerou hoje que os líderes da Holanda, Áustria, Suécia, Dinamarca e Finlândia tiveram uma "atuação lamentável" no Conselho Europeu, prestando um mau serviço à Europa e aos seus cidadãos.
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Economia União Europeia
A central sindical divulgou em comunicado uma reação da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), onde está filiada, a que juntou algumas críticas próprias.
"A UGT subscreve a reação da Confederação ao acordo alcançado esta madrugada para o plano de recuperação económica da Europa pós-pandemia", disse a central acrescentando que a crítica efetuada aos cinco países "marcará este Conselho Europeu histórico, que fez sobressair as enormes diferenças conceptuais" entre estados membros.
A UGT salientou a "atuação lamentável de todos os cinco líderes daqueles estados, designadamente Mark Rutte, da Holanda, pelo mau serviço prestado à causa da Europa dos cidadãos, cuja má imagem e exemplo perdurarão na história da construção europeia e no esforço de solidariedade que deveria resultar das consequências de uma crise económica provocada por uma pandemia, que a todos afetou".
Para a CES, "a adoção do Plano de Recuperação da UE é uma boa notícia para os 60 milhões de pessoas em toda a UE que dependem de investimentos rápidos para salvar os seus empregos ou para evitar o desemprego de longa duração".
A confederação congratulou-se com a decisão de financiamento do plano de recuperação através de Eurobonds, a ser garantido diretamente pela UE, evitando assim dívidas adicionais insustentáveis para os estados membros.
Mas a CES considerou que a redução do montante de subsídios no Fundo de Recuperação "traz um corte inaceitável para o Fundo para a Transição Justa, bem como para as medidas em matéria de saúde".
"Além disso, o orçamento geral da UE não é suficiente para gerar uma transformação verde e digital ou recursos adequados para as prioridades sociais e de coesão", considerou.
A CES prometeu manter-se vigilante, "de forma a garantir que o processo de aprovação dos Planos Nacionais de Reforma e que o denominado 'Travão de Emergência' não sejam utilizados para impor mais austeridade e cortes, jogando assim a favor de populistas anti-europeus".
"A reforma da governança e da tomada de decisões da UE revela-se agora urgente, como forma de impedir que um punhado de governos anti-europeus destrua o projeto da UE, o que torna a Conferência sobre o Futuro da Europa ainda mais crucial, após esta reunião", concluiu a confederação sindical.
O Conselho Europeu aprovou nesta madrugada um acordo para retoma da economia comunitária pós-crise covid-19, num pacote total de 1,82 biliões de euros.
Numa cimeira histórica, a segunda mais longa da UE, foi aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, em que pouco mais de metade são subvenções.
Ao todo, Portugal vai arrecadar 45 mil milhões de euros em transferências nos próximos sete anos, montante no qual se incluem 15,3 mil milhões de euros em subvenções no âmbito do Fundo de Recuperação e 29,8 mil milhões de euros em subsídios do orçamento da UE a longo prazo 2021-2027.
Do Fundo de Recuperação, 390 mil milhões de euros serão atribuídos em subvenções (transferências a fundo perdido) e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou que o acordo obtido dá "um sinal de confiança" à Europa e a Portugal para a recuperação económica pós-pandemia de covid-19.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que o pacote de retoma da economia é "um acordo forte", que mostra que a "Europa está forte" e que "está unida", lançando "um sinal de confiança".
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