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Vistos chineses é "grande notícia" para jogo em Macau

Especialistas do jogo disseram hoje à Lusa que o regresso dos vistos turísticos para Macau em toda a China em setembro é uma "grande notícia" para a indústria do jogo, mas avisaram que a recuperação vai demorar.

Vistos chineses é "grande notícia" para jogo em Macau
Notícias ao Minuto

11:10 - 11/08/20 por Lusa

Economia Macau

"Vai ser uma grande ajuda para Macau. É uma grande notícia, mas vai ser um longo caminho para chegar ao nível dos resultados de 2019", antes da pandemia do novo coronavírus, sublinhou Ben Lee, analista da consultora de jogo IGamix.

"É uma grande notícia, uma excelente notícia. Era o que todos desejavam. Pensei que fosse faseado, mas foi mais rápido do que se esperava", afirmou o professor em Gestão Internacional de 'Resorts' Integrados da Universidade de Macau Glenn McCartney.

"A cidade está pronta, a indústria [turística ligada ao jogo] está pronta, mas é preciso manter mecanismos de monitorização para depois não se ter de fechar outra vez o território", defendeu o docente.

Quanto a previsões, há muito que equacionar, num "cenário em que tudo mudou no espaço de seis meses", desde "hábitos de consumo até ao comportamento em viagem" que levantam interrogações: "vão ficar mais tempo, gastar mais dinheiro, ou o contrário?", salientou o especialista, salientando que chegar ao nível de 2019 será provavelmente necessário percorrer "um longo caminho".

Já Ben Lee lembrou que antes mesmo da pandemia havia alguns sinais que apontavam para uma descida das receitas ligadas ao jogo, muito por causa da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, com impacto na província vizinha de Guangdong, de onde vem a maioria dos turistas chineses para jogar na capital mundial dos casinos.

"Primeira fonte é a china, e em particular Guangdong, sendo que os empresários ligados à exportação foram muito afetados, antes com a guerra comercial e depois com a pandemia", frisou.

"É o recomeço da recuperação", mas a própria aposta no segmento VIP, das altas apostas, muito dependente dos promotores e afetado por algumas restrições das autoridades terá de enfrentar muitas dificuldades antes de se regressar aos níveis do ano passado, acrescentou.

A China planeia autorizar em todo o país a emissão de vistos turísticos para Macau a partir de 23 de setembro, segundo um aviso 'online' hoje publicado pela Administração Nacional de Imigração.

As autoridades chinesas indicaram ainda que, após a cidade chinesa de Zhuhai, a emissão dos vistos individuais e de grupos será alargada a toda a província de Guangdong a 26 de agosto.

Em ambos os casos, a Administração Nacional de Imigração alertou que as datas só se irão manter se a situação pandémica se mantiver estável.

A emissão de vistos turísticos para entrada em Macau é uma medida considerada essencial para revitalizar a indústria do jogo na capital mundial de casinos, com Zhuhai a ser, a partir desta quarta-feira, a cidade 'teste'.

Macau não tem qualquer caso ativo e não registou ainda qualquer transmissão comunitária do novo coronavírus.

A economia de Macau sofreu uma quebra sem precedentes tanto na exploração dos casinos como na entrada de visitantes desde final de janeiro, quando se verificou a primeira vaga de casos de covid-19 detetados no território.

Das centenas de milhões de euros de lucros do jogo, as operadoras de Macau estão agora a anunciar prejuízos nas operações que incluem os 'resorts' integrados, muito por causa das restrições fronteiriças impostas.

Macau registou em 2019 quase 40 milhões de visitantes. Só em maio o número de visitantes provenientes do interior da China, o maior mercado turístico do território, chegou a cair 99,4%, em termos anuais.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 733 mil mortos e infetou mais de 20 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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