Cofina volta a avançar e lança OPA sobre 100% da Media Capital

Cofina havia desistido da OPA sobre a dona da TVI em março mas, esta quarta-feira, surgiu uma nova proposta, desta vez sobre 100% da Media Capital, segundo foi comunicado à CMVM.

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Anabela Sousa Dantas com Lusa
12/08/2020 19:21 ‧ 12/08/2020 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

Economia

CMVM

A Cofina volta a lançar os dados sobre o futuro da Media Capital, e o seu próprio futuro, ao apresentar uma nova Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade da empresa que detém a TVI, alterando a oferta de 21 de setembro, numa operação que avalia a empresa em cerca de 130 milhões de euros, segundo anunciado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em comunicado, a dona do Correio da Manhã refere que "a aquisição da Media Capital pela Cofina integra-se na estratégia de consolidação dos media no plano global, mantendo-se no essencial a atividade destas sociedades e das sociedades que com estes estejam em relação de domínio ou grupo, permitindo potenciar o investimento na expansão digital, o lançamento de serviços inovadores e a promoção e desenvolvimento de conteúdos produzidos em Portugal, mantendo-se a Media Capital como um ativo com identidade portuguesa".

O valor de referência proposto na OPA é de 0,415 euros por ação, a que corresponde um valor total de 35.072.969,70 euros.

No comunicado, a dona do Correio da Manhã "considera um 'entreprise value' de cerca de 130 milhões de euros e foi considerada, em informação ao mercado, no passado dia 14 de maio, pela Promotora de Informaciones S.A. [Prisa], maior acionista da empresa, 'uma avaliação acima das estimativas do mercado efetuadas pelos analistas, tendo implícitos múltiplos superiores aos das empresas FTA'".

Uma das condições é que "seja designado um auditor independente pela CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] para calcular o montante da contrapartida, por esta se presumir não-equitativa em face da reduzida liquidez das ações da Media Capital no mercado regulamentado Euronext Lisbon" e outra é que "esse auditor independente confirme que o valor de referência de 0,415 euros é equitativo".

As outras duas condições é de que "não sejam alienadas participações sociais, ou ativos significativos, da TVI, Plural (Portugal e Espanha) ou MCR, e não sejam realizadas reorganizações societárias na Media Capital ou naquelas sociedades do grupo; e, finalmente, que a CMVM registe a oferta", adianta a empresa liderada por Paulo Fernandes.

"Para efeitos da presente oferta, o oferente [Cofina] beneficiará das autorizações regulatórias já previamente obtidas da Autoridade da Concorrência e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), em 30 de dezembro de 2019 e 21 de fevereiro de 2020, respetivamente", lê-se no comunicado.

"A oferta inclui também uma condição de eficácia, em termos que, até à data e em resultado da liquidação física e financeira da Oferta, a Cofina se torne titular de ações representativas de mais de 50% (cinquenta por cento) do capital social e direitos de voto da Media Capital", acrescenta.

"No que concerne a ações representativas de 5,31% do capital e direitos de voto da Media Capital, a oferta encontra-se sujeita exclusivamente às condições de designação de auditor independente pela CMVM e registo da Oferta, sendo no demais incondicional", acrescenta.

Sublinhe-se que, em setembro do ano passado, a operação estava avaliada em 255 milhões de euros, prevendo-se também um aumento de capital. Em dezembro, porém, o valor foi revisto para 205 milhões de euros, e quando caiu por terra a subscrição de ações por parte de Mário Ferreira, dono da Douro Azul, em março, por causa da pandemia, a Cofina decidiu que não estavam "reunidas as condições de que depende a conclusão do negócio", optando por solicitar à CMVM a extinção da OPA.

O regulador recusou o pedido da empresa liderada por Paulo Fernandes a 18 de maio.

Agora, a Cofina, que integra o Correio da Manhã, CMTV, Record, Jornal de Negócios e Sábado, volta à carga com uma proposta que alarga o universo de aquisição à sua totalidade. Proposta essa que foi deferida pelo regulador, sendo que a dona da TVI tem agora um prazo de oito dias para se pronunciar.

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