Apesar de este ser o valor mais alto de óbitos desde o início da pandemia, o responsável do Governo de Victoria, Daniel Andrews, precisou que 33 das mortes declaradas hoje ocorreram em dias anteriores.
O número de novas infeções, 73, é no entanto o mais baixo desde 30 de junho, quando foram diagnosticados 67 casos, a maioria em Melbourne, principal foco da segunda vaga de contaminações.
Aquele estado registou um novo surto no final de junho, obrigando ao confinamento em 08 de julho, em vigor até 13 de setembro, e ao encerramento da fronteira com o estado vizinho de Nova Gales do Sul.
Andrews indicou hoje que anunciará em 06 de setembro um plano para levantar o confinamento de forma faseada, numa altura em que o Governo central pressiona a reabertura.
O estado de Victoria contabilizou mais de 19 mil infeções com o novo coronavírus, que representam cerca de 76% do total de casos na Austrália (mais de 25 mil), de acordo com dados da universidade norte-americana Johns Hopkins. Victoria também registou a maioria dos óbitos provocados pela doença, 565, do total de 650 mortes no país.
O ministro das Finanças australiano, Josh Frydenberg, disse hoje que não é demasiado cedo para relançar a economia naquele estado, apesar das reservas das autoridades locais.
"Os comerciantes estão muito frustrados porque não lhes foi dito quando podem abrir, quando as pessoas podem voltar ao trabalho", disse Frydenberg, em declarações ao canal de televisão Nine Network, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).
O ministro australiano indicou que, segundo uma previsão do Departamento do Tesouro, nos próximos três meses mais pessoas em Victoria irão receber subsídios de desemprego relacionados com a pandemia que o resto da Austrália no seu conjunto.
As despesas de consumo diminuíram 30% em Victoria devido ao encerramento, um valor que se ficou pelos 3% no resto da Austrália.
Na origem do novo surto de covid-19 naquele estado terão estado violações das regras de segurança nos hotéis designados para realizar a quarentena obrigatória de viajantes vindos do estrangeiro.
De acordo com a imprensa local, os seguranças terão deixado os viajantes sair dos quartos ou mesmo tido relações sexuais com pessoas em quarentena.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 843 mil mortos e infetou mais de 25 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.