O Governo não descarta a hipótese de o desfasamento de horários obrigatório, que foi aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, ser alargado a outras regiões do país, numa altura em que o número de casos da Covid-19 em Portugal continua a crescer.
Em declarações no final do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse que "se a evolução epidemiológica ditar outros territórios onde possa fazer sentido" aplicar o desfasamento de horários, essa situação será avaliada quinzenalmente pelo Governo - à semelhança do que tem acontecido até aqui.
Sobre a regra que, por enquanto, só se aplica em Lisboa e no Porto, Mariana Vieira da Silva explicou que o "desfasamento previsto é de entre 30 a 60 minutos, não estamos a falar de alterações muito significativas nos horários e não estamos a falar de turnos".
A resolução do Conselho de Ministros que declarou a situação de contingência entre 15 e 30 de setembro no âmbito da pandemia de Covid-19 incluiu, entre as medidas, a criação de horários diferenciados de entrada e saída ou de pausas e de refeições por parte das empresas (em que haja prestação de trabalho em simultâneo de 50 ou mais trabalhadores) das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
O objetivo é evitar aglomerações nos locais de trabalho e menor concentração de pessoas a utilizar os transportes públicos durante as horas de ponta.
O diploma foi mal recebido pelos sindicatos, mas também por confederações patronais. Os parceiros sociais criticaram ainda o facto de apenas terem recebido a proposta na segunda-feira passada, tendo até quarta-feira à noite para dar os respetivos pareceres.