Citado pela Associated Press (AP), Powell referiu que o apoio do Governo, incluindo subsídios de desemprego mais alargados, pagamentos diretos às famílias e apoios a negócios de menor dimensão, preveniu, para já, "uma espiral descendente" em que a perda de empregos levaria a uma queda nos gastos dos consumidores, gerando, por sua vez, mais cortes de postos de trabalho.
Ainda assim, Jerome Powell avisou que a economia americana enfrenta ameaças e que, sem mais apoios, pode voltar a cair.
O processo "está longe de estar concluído", alertou hoje num discurso para um grupo de economistas.
"Pouco apoio pode levar a uma retoma fraca, criando problemas desnecessários para os negócios e as famílias. Ao longo do tempo, as insolvências iriam aumentar, prejudicando a capacidade produtiva da economia e impedindo o crescimento de salários", salientou.
Powell notou que a recuperação económica abrandou nos últimos meses, em comparação com maio e junho, tendo, no geral, recuperado apenas pouco mais de metade dos empregos perdidos em março e abril.
O presidente da Fed defendeu que um abrandamento prolongado na recuperação pode gerar "dinâmicas típicas de recessão", recordando ainda que a crise da covid-19 prejudicou de forma "desproporcional" os serviços que envolvem mais contacto, sobretudo restaurantes bares, agências e viagens, cinemas e outros.
Este impacto gerou milhões de desempregados no país. "A medida certa é apoiar estas pessoas" enquanto não encontram novos empregos ou regressam aos antigos, disse.
As negociações entre a líder do Congresso, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro americano Steve Mnuchin, para um novo pacote de apoios, estão em andamento, mas ainda sem um acordo à vista.