A pandemia do novo coronavírus fez surgir uma crise económica, cujas consequências se fazem sentir por todo o mundo. A segunda vaga da pandemia não facilita e, por isso, a recuperação económica "completa" não deverá acontecer antes do final de 2022.
O alerta é da presidente do Banco Central Europeu (BCE), numa altura em que vão sendo atualizados os dados dos vários países, que permitem 'medir o pulso' às economias.
"Antecipamos que em meados de 2021 haverá uma vacina, mas isso não significa que haverá uma recuperação instantânea. Não prevemos uma recuperação completa, de regresso aos níveis pré-Covid, até o final de 2022", disse Lagarde, num evento organizado pelo The Wall Street Journal e citada pelo La Vanguardia.
Por este motivo, a presidente do BCE expressou receios de que o "segundo braço" da tão esperada recuperação em "V" acabe por ser ligeiramente mais "hesitante". Por outras palavras, a recuperação poderá demorar mais tempo, até porque há vários países que estão a aplicar medidas de contenção na tentativa de controlar a segunda vaga do novo coronavírus.
Por cá, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, estimou, na terça-feira, que a recuperação da economia continuará, mas que "vai ser cada vez mais lenta".
Segundo o responsável máximo pelo banco central, a recuperação vai levar "mais alguns semestres" e "provavelmente os mais difíceis" devido à reafetação de recursos que haverá na economia, mas também admitiu que evolução económica continua "envolta em enorme incerteza".
No Boletim Económico hoje divulgado, o Banco de Portugal prevê uma recessão económica de 8,1% em 2020 devido à pandemia de covid-19, melhor do que a queda de 9,5% projetada em junho.