"A Metro do Porto não foi envolvida na avaliação da solução alternativa agora apresentada", pode ler-se numa resposta de fonte oficial da empresa à Lusa, em que aponta que "o projeto de construção da Linha Rubi (H), entre a Casa da Música e Santo Ovídio, que inclui ainda uma nova travessia sobre o rio Douro, encontra-se totalmente estabilizado".
Em causa está uma proposta do consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) de mudança para sul, em cerca de um quilómetro e meio, da estação de alta velocidade ferroviária de Santo Ovídio para uma localização em Vilar do Paraíso, que implicaria a perda de uma ligação direta à linha Amarela, mas uma extensão da Linha Rubi, com estação intermédia em Laborim.
Além de um conjunto de acessbilidades rodoviárias a construir, a proposta inclui "o prolongamento da linha Rubi, desde Santo Ovídio até à Estação de Alta Velocidade (lado poente)", em que o consórcio sugeria repartir os custos entre a componente de obra pesada, paga pela LusoLav, e a Metro do Porto (instalação da linha e dos respetivos equipamentos).
Porém, os próprios técnicos do LusoLav disseram, na quinta-feira, que construção da estação na nova localização sugerida até fica mais cara.
"Vou-lhe dizer isto, não se vai acreditar: mas esta estação [a sul] é muito mais cara do que a outra para nós, somando também a linha do metro que temos que fazer, a parte da infraestrutura, que tem um viaduto com 900 metros, e mais 800 metros e um túnel e a estação de chegada", disse o engenheiro Rui Guimarães ao vereador do PSD Rui Rocha Pereira, após uma apresentação numa reunião de Câmara extraordinária que aprovou a proposta não vinculativa (com votos contra do PSD).
A proposta da LusoLav de deslocalizar a estação ferroviária de alta velocidade de Gaia de Santo Ovídio para Vilar do Paraíso também retira a ligação direta à Linha Amarela do Metro do Porto.
Tal alteração, se autorizada e aprovada pela Infraestruturas de Portugal (IP), implica que a ligação prevista à Linha Amarela, quer nas estações de metro D. João II (onde também estava previsto um terminal rodoviário) e Santo Ovídio seja abandonada, já que estava previsto que em Santo Ovídio confluíssem a linha de alta velocidade e as Linhas Amarela e Rubi do Metro do Porto.
A Metro do Porto refere, no entanto, que está "disponível para alinhar com as decisões que forem tomadas pela tutela nessa matéria, nomeadamente, e se tal se verificar, na exploração de canais de metro que possam vir a ser construídos no âmbito do projeto em causa".
A nova localização proposta pela LusoLav para a estação ferroviária de alta velocidade em Gaia localiza-se por cima de uma ribeira, e por isso em zona de Reserva Ecológica Nacional.
Na quarta-feira, a IP disse desconhecer as alterações propostas pelo LusoLav à estação de alta velocidade de Gaia e à ponte sobre o rio Douro, lembrando que ainda não assinou o contrato de concessão com o consórcio.
Também a Câmara do Porto "não tinha conhecimento da solução da proposta de duas pontes, não tendo recebido informação por parte da IP [Infraestruturas de Portugal], até ao momento", disse à Lusa fonte oficial na quarta-feira.
O consórcio assegura que a proposta de alterar a localização da estação de Gaia e de passar de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para duas está "dentro do corredor aprovado" em termos ambientais, apesar da localização não ser a prevista no estudo prévio da IP.
O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, manifestou dúvidas sobre a nova solução apresentada pelo consórcio LusoLav para a estação de alta velocidade, em termos jurídicos, urbanísticos e de mobilidade, apesar de ter votado a favor dela.
Leia Também: PSD contra novo traçado do TGV em Gaia preocupado com alteração ao estudo