"A tecnologia está a aprofundar a inclusão financeira em vários mercados emergentes em África, na América Latina e na Ásia, criando maior acessibilidade a serviços financeiros em clientes tradicionalmente afastados", considera a Moody's, destacando que "a África, em particular, tem o melhor registo de aumento da inclusão financeira através de operadores móveis".
A tecnologia, lê-se no relatório, "está a abrir novos fluxos de receitas, trazendo novos clientes de populações urbanas e rurais de baixo rendimento, bem como pequenos comerciantes, o que beneficia quer os bancos, quer os novos agentes".
As contas bancárias criadas e geridas através de um telemóvel são um primeiro ponto de entrada para muitas pessoas, principalmente em África, onde a falta de informação financeira tem sido um entrave à concessão de crédito: "A falta de um histórico de crédito restringiu o desembolso de créditos nos mercados emergentes, mas as empresas financeiras tecnológicas conseguem oferecer crédito a clientes fora do sistema financeiro através da análise dos dados nos telemóveis", aponta-se no relatório.
Na análise a este setor, aponta-se o exemplo do Quénia, onde mais de 80% dos cidadãos têm uma conta bancária no telemóvel, através da qual conseguem fazer pagamentos, transações e até poupanças.
"As tecnologias em desenvolvimento rápido oferecem uma base de consumidor mais lata, quer para os incumbentes, quer para os novos agentes, já que atraem consumidores de populações urbanas e rurais de baixos rendimentos, bem como pequenos comerciantes e pequenos negócios que disponibilizam serviços financeiros de forma mais abrangente e rapidamente disponível", comentou o vice-presidente da Moody's Constantinos Kypreos.
O analista conclui, no entanto, que esta generalização comporta também riscos: "O aumento da inclusão financeira também apresenta um novo conjunto de riscos e desafios; o risco de crédito e o risco cibernético estão a aumentar, por isso um enquadramento regulamentar robusto e vigilante será determinante para a mobilização eficaz destas novas tecnologias".
Em África, há 37.923 mortos confirmados em mais de 1,5 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.