BCSTP prevê subida de inflação para 9% e queda de PIB de 6% este ano

O Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP) prevê uma subida da inflação para 9% até ao final deste ano e uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 6%, segundo em comunicado hoje divulgado.

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Lusa
28/10/2020 ‧ 28/10/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

O BCSTP justifica a subida da inflação e a queda do PIB com "os choques do lado da oferta de bens e serviços, conjugados com a expansão da liquidez".

"A atividade económica nacional afetada por choques externos, destacando-se a forte redução da procura turística, cujo efeito de transmissão é generalizado a todos os setores da economia nacional" e "o contexto económico internacional envolto em grandes incertezas decorrentes da pandemia de covid-19" levam o BCSTP a rever todas as projeções macroeconómicas "em baixa".

Contudo, as reservas internacionais liquidas mantêm-se garantidas para três meses de importação de bens e serviços.

"As contas externas revelam que o impacto da pandemia de covid-19 foi devastador sobre a procura externa turística, afetando exponencialmente a balança de serviços", diz o comunicado, referindo que "os choques" na importação de bens "atenuaram o nível de pressão sobre as reservas internacionais liquidas".

O Banco Central são-tomense sublinha que durante os últimos nove meses deste ano houve uma "evolução na expansão de liquidez" que "contrasta com a curva contracionista do crédito interno com as medidas de estímulo adotadas pelas autoridades".

O Comité da Política Monetária da instituição reuniu-se no dia 26 para analisar a "evolução da economia nacional" e as expetativas geradas pela inflação e decidiu emitir certificados de depósitos, "realizando emissões mensais à taxa de juro nominal de um por cento".

Outra medida adotada é a de "manter inalteradas as taxas diretoras do BCSTP em 9% para a taxa de juro de referencia e em 9,5% para taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez".

Os coeficientes de reservas mínimas de caixa vão manter igualmente inalterados em 14 por cento para a moeda nacional e 17 por cento para moedas estrangeiras.

Na perspetiva do BCSTP, a emissão dos certificados de depósito poderão ajudar a ajustar os níveis de liquidez na economia, "reduzindo, deste modo a pressão sobre as reservas externas".

A manutenção das taxas diretoras visa, por seu lado, manter as medidas de estímulo para incrementar o crédito à economia com vista a dinamizar a atividade económica do país.

O Comité de Política Monetária diz que vai acompanhar de "forma atenta e sistemática" o contexto interno e externo da situação económica e promete tomar "todas as medidas para mitigar, de forma atempada, os riscos à estabilidade macroeconómica do país".

São Tomé e Príncipe contabiliza, até esta terça-feira, 941 casos de infeção pelo novo coronavírus e 15 mortes devido à covid-19.

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