Ryanair prevê que inverno seja pior para aviação do que primavera

A Ryanair estima que a época de inverno da aviação seja "mais difícil" do que a primavera, quando as companhias aéreas deixaram de operar por causa das medidas restritivas para a covid-19, devido à "incerteza" gerada pela pandemia.

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Lusa
07/11/2020 10:15 ‧ 07/11/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

 

"O inverno será mais difícil para as companhias aéreas do que os últimos meses, isso é certo", declarou o diretor dos Assuntos Jurídicos da Ryanair, Juliusz Komorek.

Em entrevista à agência Lusa a propósito da crise no setor, o responsável justificou que, apesar de as companhias aéreas não estarem agora "paradas como aconteceu março e junho", dado não existirem para já restrições aos voos na Europa, existe "uma grande incerteza no mercado".

"E parece-nos que os clientes estão a aguardar notícias relacionadas com uma vacina", levando a uma procura reduzida pelo transporte aéreo, acrescentou Juliusz Komorek.

Recordando que "o setor aéreo tem sido seriamente afetado" pela pandemia, o diretor dos Assuntos Jurídicos da Ryanair insistiu que "este será um inverno difícil até haver novidades sobre uma vacina e essas notícias podem ainda chegar antes do Natal".

"Há indicações, tanto nos Estados Unidos como na Europa, de que é possível que duas vacinas sejam aprovadas pelas autoridades antes do Natal. E se isso acontecer, penso que os passageiros vão começar a marcar voos para o verão porque todos querem fazer uma pausa de questões como confinamentos e restrições à liberdade individual", previu Juliusz Komorek.

Questionado pela Lusa sobre as expectativas da Ryanair relativamente à época do Natal, uma das mais fortes na aviação, Juliusz Komorek contextualizou que, "de momento, muitas reservas são de última hora, apenas para as semanas seguintes".

Por isso, "é muito difícil para prever se [a procura] por viagens durante o Natal será forte ou fraca", acrescentou.

Mas apesar do cenário negativo, "as pessoas ainda estão a viajar", destacou Juliusz Komorek, ilustrando que, em outubro, a Ryanair teve "mais de 70% de lugares ocupados", uma taxa de ocupação "nada má" em altura de pandemia.

Já falando sobre a situação financeira da empresa, Juliusz Komorek garantiu que a companhia irlandesa de baixo custo está "numa situação saudável", apesar da crise no setor da aviação e das enormes perdas registadas nos últimos meses.

Segundo resultados financeiros apresentados no início de novembro, a Ryanair registou uma perda líquida de 197 milhões de euros no primeiro semestre do seu ano fiscal (abril a setembro), contra um lucro líquido de 1,15 mil milhões de euros no mesmo período de 2019.

Na informação dada ao mercado, a companhia justificou que manteve 99% das suas aeronaves em terra durante quatro meses devido à pandemia.

"Sim, é um contexto muito difícil, mas as nossas perdas são muito mais reduzidas em comparação com qualquer outra companhia aérea na Europa", disse Juliusz Komorek à Lusa.

"E a razão para tal é que temos vindo a gerir um negócio eficaz nos últimos 25 anos. Temos vindo a operar em mercados muito competitivos e fizemos o nosso trabalho de casa: temos tido contas consolidadas e estávamos preparados para a crise", justificou.

Juliusz Komorek criticou, ainda, que "a maioria das companhias aéreas na Europa não tenham feito o seu trabalho de casa", pelo que "quando a crise [da covid-19] chegou só tiveram uma opção, que era ir a correr aos seus governos pedir ajuda".

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