Uma parcela de 16% daquele valor (cerca de 2.000 milhões de dólares, 1.700 milhões de euros) é devida à China, acrescentou.
Adriano Maleiane respondia a questões da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, sobre a dívida à China.
A quase totalidade da dívida à China, num montante de 1.970 milhões de dólares (1.660 milhões de euros) é devida ao Exim Bank Chinês e foi empregue sobretudo para a construção de estradas e pontes, incluindo a via circular de Maputo, a ponte suspensa sobre a Baía de Maputo e as estradas a sul.
O ministro da Economia e Finanças não prevê dificuldades de reembolso, aludindo às portagens que são pagas, referindo que, no longo prazo, as vias vão pagar-se a si próprias, mas sem detalhar as contas e o tráfego existente.
Do total de 12.370 milhões de dólares da dívida pública, 9.850 milhões (8.300 milhões de euros) são dívida externa e o restante é dívida interna, obtida por meio de títulos do tesouro com juros elevados.
Uma parte de 44% da dívida externa, ou seja, 4.350 milhões de dólares (3.670 milhões de euros) foram emprestados por instituições multilaterais como o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
As dívidas das empresas Proindicus e MAM (Mozambique Asset Management) ligadas às chamadas "dívidas ocultas" do Estado foram excluídas da dívida pública, referiu o ministro.
Moçambique acionou em tribunais de Londres processos contra o Credit Suisse e o banco russo VTB com vista à nulidade de ambos os empréstimos, recordou Maleiane, tendo em conta o esquema fraudulento sob investigação e que terá estado na sua base - envolvendo figuras moçambicanas, banqueiros e o estaleiro naval Privinvest.
Das dívidas não declaradas de 2.200 milhões de dólares (1.850 milhões de euros), Moçambique honrou apenas o empréstimo original de 850 milhões de dólares (716 milhões de euros) à Ematum, uma vez que foi convertido em 'eurobonds', títulos soberanos.
Maleiane afirmou ainda que as relações atuais de Moçambique com o Fundo Monetário Internacional (FMI) são "excelentes".
"O FMI poderia ter-nos punido por declaração incorreta", por ocultar a verdade sobre a dívida de Moçambique, em 2016, quando o escândalo das "dívidas ocultas" foi revelado, referiu hoje o ministro.
Mas as medidas foram mais simples, passando pela suspensão do seu programa com Moçambique, realçou.
"O país tem feito tudo para merecer a confiança de seus parceiros", reiterou.