Em declarações aos jornalistas em Bissau, João Fadiá defendeu que a Guiné-Bissau, por fazer parte da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), "tem aproveitado as vantagens da integração" e, por isso, sublinhou, o país acredita que o ECO poderá ser também vantajoso.
"Não temos problemas de divisa, quando os nossos operadores precisam importar fazem-na de forma livre e ilimitada", observou o ministro das Finanças.
João Fadiá destacou ainda que desde que o país aderiu à UEMOA, em maio de 1997, "nunca teve uma taxa de inflação superior a 3%", quando no passado, com a vigência do Peso, a então moeda guineense, a inflação até atingia os dois dígitos, frisou.
O ministro notou que a Guiné-Bissau, como acontece com os restantes países que vão aderir à nova moeda, está a preparar-se para cumprir com os critérios impostos para fazer parte do ECO, nomeadamente, entre outros, ter uma taxa de inflação anual não superior aos 10% e um défice orçamental igual ou inferior aos 3%.
Sobre a entrada em vigor do ECO que deveria ocorrer ainda no decurso deste ano, João Fadiá disse que nada de concreto ainda foi feito, embora tenha enaltecido que alguns países estejam a projetar ações nesse sentido.
"Certos países decidiram politicamente adiantar-se e falar na transformação do franco CFA em Eco, mas na prática não vimos ainda nada", notou o ministro guineense.
João Fadiá assinalou as mudanças que já estão acordadas entre a CEDEAO e a França, antiga potência colonizadora de oito dos 15 países que integram a comunidade, nomeadamente a saída de Paris do conselho de administração e de gestão da nova moeda, da comissão bancária bem como da comissão de política económica.
"O novo tratado exclui a França dos órgãos de gestão do Eco", notou o governante guineense.
João Fadiá sublinhou que quando o Eco começar a circular de facto, vai existir um banco central para emitir a moeda e que, para já, ficou acordado que a sua paridade não será fixa, ao contrário do Franco CFA e que o valor do câmbio em relação às outras moedas está para ser definido, disse.
"Ainda muita tinta vai correr a respeito dessa questão da nova moeda", concluiu o ministro guineense das Finanças.