O governante falava numa audição na Assembleia da República, a requerimento do Bloco de Esquerda (BE), quando avançou que "os órgãos sociais vão ter um corte superior a qualquer trabalhador, vão ter um corte de 30%".
Para Pedro Nuno Santos, "os trabalhadores mais bem pagos da companhia", que está a ser alvo de um processo de reestruturação que inclui cortes salariais, "não podiam também deixar de passar por este esforço".
Para os restantes trabalhadores, com salários superiores a 900 euros, o corte será progressivo, de 2,5% para quem ganha 1.000 euros, podendo chegar a 25% no caso dos salários acima de 10.000 euros.
"Em relação ao futuro, temos com preocupação permanentede mitigar os impactos que um plano de reestruturação tão agressivo como este tem nos trabalhadores", sublinhou o ministro das Infraestruturas.
Neste sentido, o Governo prevê continuar a negociar com credores da companhia aérea e com proprietários de aviões emprestados à TAP (contratos de 'leasing'), para se tentar conseguir "poupanças", trabalho esse que "também deve ser feito em acompanhamento com a Comissão Europeia", acrescentou o governante.
Numa carta a que a Lusa teve acesso, em 10 de dezembro, o Conselho de Administração da TAP informou os trabalhadores que iriam ter reduções salariais de 25%, no âmbito do plano de reestruturação, ficando isentas de corte as remunerações base até 900 euros.
"Todos sabem da necessidade de adequar os salários à realidade atual, o que implica reduções salariais de 25%", lê-se na carta.
Contudo, "como sempre nos comprometemos a fazer, tentamos reduzir o impacto social desta medida e queremos informar que o montante mínimo (garantia mínima) acima do qual incidirá a redução salarial anunciada, será de 900 euros, considerando para o efeito o vencimento base", segundo o presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, e o presidente da Comissão Executiva, Ramiro Sequeira.
"Conforme sempre foi nosso compromisso, protegem-se as remunerações mais baixas", acrescentava a missiva.