"Dentro de uma incerteza excecional, a economia mundial deverá crescer 5,5% em 2021 e 4,2% em 2022. A previsão de 2021 é revista 0,3 pontos percentuais em alta, refletindo expectativas de um fortalecimento da atividade, fomentado pela vacina, durante o ano, e apoio de política adicional em várias grandes economias", pode ler-se na atualização das previsões hoje divulgada.
O FMI assinala que a recuperação projetada para este ano se segue a um "colapso severo em 2020, que teve impactos adversos agudos nas mulheres, nos jovens, nos pobres, nos trabalhadores informais e naqueles que trabalham em setores com contacto intensivo".
"A contração do crescimento mundial para 2020 é estimada nos 3,5%, 0,9 pontos percentuais acima do projetado nas anteriores previsões (refletindo um ímpeto mais forte do que o esperado na segunda metade de 2020", pode ler-se no documento.
No entanto, em aspetos mais negativos, o FMI ressalva que "o aumento das infeções no final de 2020 (incluindo de novas variantes do vírus), confinamentos renovados, problemas logísticos com a distribuição das vacinas e a incerteza acerca da sua toma são contrapontos importantes às notícias favoráveis".
O FMI acredita também que "os maiores bancos centrais devem manter a política de taxas atual durante o horizonte de previsão até ao fim de 2022", mantendo as atuais condições financeiras nas economias avançadas e melhorando gradualmente naquelas em desenvolvimento.
O FMI aponta também o preço das matérias-primas, com o preço do petróleo a "subir em 2021 acima dos 20% a partir da baixa base de 2020", permanecendo "bem abaixo da média de 2019", o mesmo acontecendo com as matérias-primas que não o petróleo, como os metais.
O comércio mundial deverá subir 8% em 2021, de acordo com a instituição liderada por Kristalina Georgieva, "antes de se moderar para 6% em 2022", com destaque para os serviços acima dos volumes de transação de mercadorias.
Já a inflação nas economias avançadas deverá ficar abaixo dos 1,5% em 2021, mas acima dos 4% nas economias em desenvolvimento, segundo o FMI.
Nos riscos à previsão hoje conhecida, pela positiva a instituição sediada em Washington aponta que "melhores notícias no fabrico das vacinas (incluindo as em desenvolvimento nas economias emergentes), na distribuição, e na eficácia de terapias poderiam aumentar expectativas de um fim mais rápido para a pandemia do que o assumido".
Pela negativa, o crescimento poderá ser mais fraco "se o vírus (incluindo as novas variantes) se provar difícil de conter, se as infeções e mortes se acumularem rapidamente antes das vacinas estarem largamente disponíveis, e se o distanciamento voluntário ou os confinamentos forem mais fortes que o antecipado".
Além disso, o FMI alerta também que, caso "o apoio das medidas de política for retirado antes da recuperação ter raízes firmes, falências de empresas viáveis, mas sem liquidez poderão acumular-se, levando a mais perdas de empregos e rendimentos".