O responsável, que falou em conferência de imprensa para dar conta das atualizações de janeiro do relatório sobre política orçamental, referindo-se ao caso da Europa, vincou a importância de medidas atempadas e da rapidez, destacando o fundo de resiliência e recuperação que mostra a importância do investimento "verde", bem como da digitalização, mas não deixou de apontar a necessidade de "responsabilização" e documentação "apropriada".
"Devemos fazer tudo o possível para combater a covid-19, mas guardar os recibos", destacou, salientando que o que está em causa "é o crescimento e a competitividade da economia" e, por isso, "é importante que estes recursos sejam bem gastos", aconselhando a Europa a "encontrar o equilíbrio certo".
Por sua vez, Paolo Mauro, diretor adjunto, questionado sobre a situação em Portugal, disse que o FMI não tinha, neste momento, dados novos, mantendo as projeções de outubro, com uma dívida estimada de mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim de 2020, mas antecipou um agravamento do défice para 2021 face ao estimado, que era de 2,7%.
"Temos novos desenvolvimentos: a pandemia intensificou-se, o crescimento de 2021 foi revisto em baixa" e há um novo orçamento, salientou Paolo Muro, ressalvando, no entanto, que para 2020 "o crescimento será um pouco menos afetado" do que o FMI projetava há uns meses".
Ainda assim, realçou, esta dívida é "uma das maiores na zona euro" e o défice em 2021 deverá ser maior do que o projetado há uns meses.
Vítor Gaspar, por sua vez, realçou que a "covid-19 não estará sob controlo em lado nenhum enquanto não estiver controlada em todo o lado", apontando como prioridades a disponibilidade de vacinas, o alívio da dívida e a concessão de financiamento para os países emergentes.
O diretor do FMI disse ainda que não tem datas para uma alteração das políticas orçamentais, indicando que é "crucial" continuar os apoios enquanto a covid-19 se mantiver.
Alertando ainda para a "necessidade de lidar com as heranças de dívida pública", Vítor Gaspar alertou que a pandemia "será um choque transformacional", que o FMI gostava que "fosse usado como oportunidade" para um modelo de crescimento inteligente e resiliente.
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