Aveiro. Denúncias diárias na PSP por abertura ilegal de estabelecimentos
Diariamente chegam à PSP de Aveiro dezenas de denúncias de estabelecimentos que estão a trabalhar em violação das regras do estado de emergência, informou hoje fonte daquela força policial, num dia em que foram detetados dois cabeleireiros a funcionar ilegalmente.
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País Covid-19
"De meia em meia hora temos pessoas que ligam a denunciar que viram determinado comportamento que não estava autorizado, principalmente estabelecimentos a funcionar indevidamente e que deviam estar encerrados", disse à Lusa o comissário Tiago Varela, comandante da esquadra da PSP de Aveiro.
O responsável falava à margem de uma operação de fiscalização de "grande envergadura" levada a cabo esta quinta-feira pela PSP na Avenida Europa/Estrada Nacional (EN) n.º 109 e no centro da cidade de Aveiro, para verificar se as pessoas cumprem o estado de emergência e o dever geral de recolhimento.
"No dia de hoje já detetámos alguns incumprimentos, nomeadamente a não utilização da máscara obrigatória, dois estabelecimentos em funcionamento que deviam estar encerrados, nomeadamente dois cabeleireiros, e pessoas que deviam estar em casa e foram encontradas na via pública a circular sem justificação", disse Tiago Varela.
Durante a tarde, todos os condutores que passaram na EN 109, junto ao nó da A25, no sentido sul-norte, foram obrigados a parar e a justificar a sua deslocação.
Eduardo Marques, de Sever do Vouga, foi um dos condutores que foi mandado parar e que apresentou uma justificação válida para estar na rua: "A minha mulher estava ontem à noite a comer e partiu um dente e tive que vir ao dentista com ela de urgência", explicou.
Manuel Gonçalves, outro condutor que foi fiscalizado quando se estava a deslocar para o local de trabalho, disse concordar com este tipo de operações para conter a pandemia de covid-19.
"Acho que o nosso dever é estar confinados e fazer o mínimo possível na rua. É a única forma de conseguirmos tentar dominar esta situação", contou aos jornalistas presentes no local da operação STOP.
No centro da cidade de Aveiro, o trânsito rodoviário era muito inferior e poucas eram também as pessoas que se viam a circular na via pública, como notou Fátima Amaral, uma vendedora de castanhas assadas, com banca montada na praça Joaquim Melo Freitas.
"Já fiz 20 euritos. Às vezes tenho clientes que me telefonam e tenho as castanhinhas e depois levam. Não se vende grande coisa, mas faz bem à cabeça e sempre despacho um bocadinho a castanha e ganho alguma coisinha", disse à Lusa esta vendedora.
Durante a operação realizada pela PSP, foram fiscalizados 344 veículos e foram questionadas 549 pessoas quanto ao motivo de permanência na via pública, tendo sido elaborados nove autos de notícia: cinco por inobservância do dever geral de recolhimento domiciliário, dois por inobservância do dever de encerramento de instalações e estabelecimentos e dois por não utilização de máscara na via pública.
Além dos agentes no terreno, a PSP de Aveiro recorreu à utilização de um drone para monitorizar a via pública e identificar possíveis ajuntamentos.
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