Sem o reforço das provisões para responder às consequências da crise da pandemia de covid-19 e a deterioração do valor da filial nos Estados Unidos, cuja venda foi anunciada em novembro passado, o BBVA teria registado um lucro da ordem dos 3.000 milhões de euros, refere o banco em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola.
E prossegue: "No quarto trimestre o lucro foi de 1.329 milhões de euros, que inclui a mais-valia líquida da venda à Allianz do negócio de seguros não vida na Espanha".
O BBVA refere ainda que a venda da filial nos Estados Unidos vai permitir encaixar "cerca de 8.500 milhões de euros em capital", que serão utilizados "para que cresça com rentabilidade" nos atuais mercados e possa aumentar os dividendos, sendo que prevê distribuir 0,59 euros por ação em 2020.
A solvabilidade do grupo, medida pelo racio de capital de máxima qualidade CET1 situou-se em 11,73%, acima do mínimo (atualmente fixado em 8,59%), sendo que este rácio não incorporou o impacto positivo da venda do BBVA USA e de outras sociedades neste país, nem o efeito da venda do BBVA Paraguay.
O crédito concedido, por sua vez, atingiu os 378.139 milhões de euros no ano passado, menos 4,5% que em 2019.
Quanto às principais margens da demonstração de resultados do grupo, a margem financeira - que inclui a maior parte das receitas - diminuiu 7,3% e situou-se em 16.801 milhões de euros.
A margem bruta, que agrega as receitas das comissões, diminuiu, por seu lado, 6,1%, para 22.974 milhões de euros, devido sobretudo à queda de 8,3% nas comissões, que contribuíram para o resultado em 4.616 milhões de euros.
Em relação à margem líquida, que tem a ver apenas com a atividade puramente bancária, recuou 2,7% em termos homólogos, para 12.219 milhões de euros.
No final de dezembro, os clientes digitais do BBVA somavam 37 milhões em todo o mundo, mais 16% que no ano fiscal anterior.