Na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas de inverno, Gentiloni, questionado sobre a revisão em baixa do ritmo de recuperação da economia portuguesa -- Bruxelas prevê agora uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 de 4,1%, quando em novembro antecipava 5,4% -, notou que as previsões são menos otimistas para "a maioria dos Estados-membros", mas admitiu que Portugal é particularmente afetado pela persistência da pandemia e as restrições associadas.
"Portugal é substancialmente afetado por um dos setores em maiores dificuldades, que é não só o turismo em geral, mas em particular o turismo externo. E o turismo externo por si só representa 8% do PIB em Portugal, pelo que é fácil imaginar o quanto [o país] é afetado pela pandemia", observou o comissário italiano.
Gentiloni disse, todavia, acreditar que, tal como projetado para a generalidade da economia europeia, um forte desempenho da economia portuguesa "no segundo semestre deste ano e, sobretudo, no próximo ano", fruto também de uma melhoria da situação epidemiológica e consequente alívio das medidas restritivas, permitirá melhorar as projeções macroeconómicas.
Nestas previsões intercalares de inverno hoje divulgadas, a Comissão Europeia prevê um crescimento do PIB português de 4,1%, uma revisão em baixa da previsão de 5,4% feita em novembro, a quinta mais acentuada entre os países da zona euro.
Em contrapartida, para 2022 a Comissão Europeia reviu em alta a expectativa de crescimento, subindo dos 3,5% apontados em novembro para uma previsão de 4,3%.
"Com a introdução de um confinamento mais rigoroso a meio de janeiro de 2021, o PIB deverá cair novamente no primeiro trimestre de 2021, antes de começar a recuperar no segundo trimestre do ano, com uma maior retoma nos meses de verão", pode ler-se na secção dedicada a Portugal das previsões macroeconómicas de inverno hoje divulgadas.
Bruxelas aponta no documento que tem "expectativas para uma retoma notável no turismo no verão, particularmente nas viagens intra-UE, e uma recuperação mais gradual posteriormente", apesar de o setor dever permanecer "um pouco abaixo do seu nível pré-crise até ao final do período das previsões".
Quanto ao PIB, "é esperado um regresso completo aos níveis de pré-pandemia perto do final de 2022, mas os riscos permanecem significativos devido à grande dependência do país do turismo externo, que continua a enfrentar incertezas relacionadas com a evolução da pandemia", sublinhava já a Comissão.
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